A Comissão Extraordinária de Meio Ambiente, em reunião realizada nesta terça-feira (18/06), na Câmara Municipal de São Paulo, recebeu representantes de empresas startups com atuação em São Paulo, para discutir práticas e serviços sustentáveis. O objetivo é aproveitar a experiência dessas empresas para facilitar e ampliar a adoção de projetos similares no município.
Segundo a vereadora Soninha (CIDADANIA23), a sociedade já convive com boas experiências, que precisam ser ampliadas. “De repente não temos uma correspondência de investimentos públicos, leis e regulamentação que possam permitir o crescimento dessas ações, de modo que beneficie a população como um todo”, disse a vereadora Soninha (CIDADANIA23).
O presidente da comissão, vereador Xexéu Tripoli (PV), ressaltou a importância dessas empresas. E sugeriu que seja feito um projeto voltado à cidade de São Paulo, a ser encaminhado à prefeitura pela comissão parlamentar. “A comissão tem a intenção de ampliar esses projetos e a responsabilidade de propor outros. É importante que as empresas startups tragam conteúdo para que possamos difundir e tentar trazer soluções para a cidade de São Paulo”, afirmou Tripoli.
Também participaram da reunião os vereadores Alessandro Guedes (PT), George Hato (MDB) e Gilson Barreto (PSDB).
Aditivo biodegradável
Um dos produtos apresentados à comissão, o Piipee promete economizar água de descarga ao ser adicionado no vaso sanitário. Através de spray ou dispenser, o aditivo biodegradável atua nas características físico-químicas da urina, alterando a coloração e removendo o odor desagradável.
Segundo Stephanie Magnani, gerente de contas da Piipee, São Paulo é uma das 10 cidades com chance de ficar sem água nos próximos anos. “A cada 24 horas, mais de 15 bilhões de descargas são acionadas, o que vale a 100 bilhões de litros d’água nas últimas quatro horas. Com o Piipee, é possível economizar até mil descargas a cada 1 litro de aditivo”, disse Magnani.
Sistema de biodigestão
A partir do lixo orgânico doméstico, este sistema móvel tem o objetivo principal de reduzir a emissão de gás metano, um dos principais responsáveis pelo chamado efeito estufa, e gerar energia elétrica.
Segundo Leandro Toledano, diretor da Homebiogas, que fez a apresentação aos vereadores, a intenção é aproveitar uma parcela dos alimentos dispensada diariamente. “A quantidade de gás gerado diariamente é de duas a três horas para cozinhar. Em alguns locais com mais de um sistema instalado, pode ser utilizado para aquecimento de água e [geração de] energia elétrica”, disse Toledano, para quem o sistema biodigestor é uma matriz de energia renovável contínua, a partir do lixo orgânico, que é “um grande problema para a comunidade”.
Despoluição de rios
Dispostas nos corpos hídricos, as “ilhas flutuantes” têm o objetivo de restaurar rios e córregos por meio de projetos técnicos, com foco no uso sustentável da água. São construídas com garrafas pet, mangueiras de bombeiros, bambus e plantas macrófitas, responsáveis por “filtrar” a água. “Grande parte dos poluentes é proveniente do esgoto doméstico. São coletados 90% de nutrientes, porém, apenas 60% são tratados na cidade de São Paulo, o restante é lançado diretamente nos rios”, justificou aos vereadores Benjamim Boudler, diretor de projetos da Água V.
Bitucas recicláveis
Com o objetivo de tratar e reduzir os resíduos urbanos, as caixas coletoras instaladas na cidade reciclam mais de 8 mil substâncias tóxicas existentes nas bitucas de cigarro, transformando-as em papel artesanal. Segundo Marcos Poiato diretor comercial da Poiato Recicla, mais de 34 milhões de bitucas de cigarros são descartadas inadequadamente nas ruas e calçadas de São Paulo.