A Comissão Extraordinária de Inovação, Tecnologia e Cidade Inteligente realizou sua última reunião do ano nesta quarta-feira (11/12) com apresentações de empresas sobre soluções tecnológicas integradas para a melhoria da gestão, monitoramento e manutenção de serviços da cidade.
“Uma cidade inteligente usa dados conectados para fazer uma boa administração para as pessoas, inclusive eu apresentei um projeto aqui na Câmara sobre os bairros inteligentes com o objetivo de cuidar melhor dos moradores. Neste ano ouvimos entidades, setor privado, faculdades e pessoas especializadas para buscar fazer o melhor em favor da cidade de São Paulo”, ressaltou presidente do colegiado, o vereador Sansão Pereira (REPUBLICANOS) citando o PL (Projeto de Lei) 772/2024 dele sobre criação e a regulamentação de bairros inteligentes.
A professora doutora Regiane Romano, diretora de Cidades Inteligentes da 5G Smart Campus Facens e diretora de Inovação da VIP-Systems, apresentou o conceito de cidades inteligentes, que tem como características gerar riquezas, ser sustentáveis, solidárias, inclusivas e transparentes. Ela também falou sobre a tecnologia aplicada na gestão de condomínios e como essa experiência pode ser aplicada no setor público.
O conjunto de tecnologias usadas para fazer a gestão do condomínio e da cidade inteligente é um ecossistema integrado de informações chamado internet das coisas, conforme Regiane explicou. “A internet das coisas traz um benefício intrínseco em si, que é o monitoramento, a mensuração, o controle, a automatização, a otimização e o conhecimento daquilo que precisa ser melhorado”, definiu.
Como exemplos dos conceitos, a professora Regiane mostrou a experiência do Smart Campus Facens, um campus universitário na cidade de Sorocaba, São Paulo, que representa um laboratório vivo de cidade inteligente. “Isso começou há dez anos quando vimos que ali havia os mesmos problemas de uma cidade com gestão de trânsito, energia, água. Em cima disso, mandamos um projeto para o MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que foi aceito pelo G-Lab e a partir daí nós começamos a desenvolver projetos para tornar o campus mais inteligente, humano e sustentável”, contou.
Os dados coletados pelos aparelhos instalados no campus são mostrados em um dashboard, que permite a gestão de consumo de energia por prédio, o quanto está sendo gerado de energia fotovoltaica, a horta inteligente com sensores de qualidade do solo, temperatura, luminosidade, estação meteorológica, nível de ruído, gestão do consumo de água, sensores de estacionamento, câmeras de segurança com inteligência artificial, entre outras informações coletadas que permitem uma administração eficaz dos recursos.
A aplicação de monitoramento e mobilidade integrados com cidades inteligentes foi o assunto seguinte da reunião. O diretor de negócios da Vertical Mobilidade e Cidades Inteligentes da empresa chilena de tecnologia Sonda, o doutor Luiz Castanha, fez a apresentação de ferramentas para a transformação digital nos transportes públicos.
As principais tecnologias são bilhetes eletrônicos que integram pagamento a diferentes modais, biometria facial para o controle anti fraude, tarifa georreferenciada que permite a cobrança com base no trajeto e localização, gestão de frotas para otimizar operações e comunicação, entre outras. “Trabalhamos com a colaboração de startups para nos ajudar a acelerar este processo de conhecimento”, afirmou.
O uso de gêmeos digitais foi abordado por Claudio Saes, sócio e líder da Bell Labs Consulting.“Eu pertenço a um grupo de consultoria e o que fazemos é ajudar indústrias e órgãos regulatórios de telecomunicações a tomarem decisões tecnológicas assertivas”, afirmou.
Cláudio explicou que o objetivo do gêmeo digital é criar uma representação digital de algo físico através de sensores, tecnologia de nuvem, IA e de redes para interconectar tudo, visando simulações precisas de operações e a antecipação de problemas. “É muito comum usar o gêmeo digital em plataformas de petróleo, portos e indústrias que têm grande periculosidade”, exemplificou.
Já Ulisses Pinto, representante da Fundação Vanzolini, falou sobre a adaptação de tecnologias em cidades inteligentes para reverter seus benefícios aos cidadãos. “A gente precisa empregar a tecnologia para ter uma cidade mais igualitária, reduzir as desigualdades com modelos de negócios e parcerias”, expressou.
O vice-presidente do colegiado, vereador Aurélio Nomura (PSD) e o vereador Alessandro Guedes (PT) também participaram da reunião que pode ser conferida aqui: