RenattodSousa / CMSP
Representantes da TTrans e da Temoinsa do Brasil negaram a participação das empresas em qualquer tipo de negociação para fraudar licitações públicas. Ambas as companhias são citadas em documentos entregues pela Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no processo em que se investiga a formação de cartel em concorrências realizadas pelo Metrô e pela CPTM.
Executivos das duas empresas foram ouvidos na tarde desta quarta (10/10) pelos membros da CPI do Transporte Público. Questionados pelo vereador Eduardo Tuma (PSDB) sobre a eventual participação das companhias em práticas para direcionar o resultado de concorrências, os executivos Massimo Giavina-Bianchi, da TTrans, e Wilson Daré, da Temoinsa, garantiram que as denúncias são falsas.
Giavina-Bianchi revelou que no setor ferroviário é comum a realização de reuniões privadas entre representantes das fornecedoras com dirigentes das estatais, mas negou que esses encontros possam influenciar os processos licitatórios. Antes das licitações sempre são realizadas audiências públicas para que os concorrentes façam questionamentos e sugestões, afirmou o engenheiro. Ele ressaltou que a TTrans nunca participou de um consórcio com a Siemens, nem foi subcontratada pela multinacional alemã.
Já Daré admitiu que a Temoinsa foi parceira da Siemens em algumas licitações do Metrô e da CPTM, sendo subcontratada em outras. No entanto, ele alegou que em nenhuma dessas ocasiões a empresa tomou ciência de algum tipo de direcionamento nos processos.
Pela manhã, a CPI ouviu o presidente da Siemens no Brasil, Ricardo Stark. Durante a oitiva, Stark afirmou que a empresa está disposta a ressarcir os cofres públicos caso fique comprovado o superfaturamento e a formação de cartel nos serviços prestados ao governo do estado.(Rodolfo Blancato)
(10/10/2013 18h21)