A população da Pompeia, Zona Oeste, que sofre com problemas causados pelas enchentes há mais de duas décadas, pode ter a situação resolvida em cerca de dois anos. Pelo menos é o que prevê um projeto da Prefeitura para ampliar as galerias subterrâneas na região. A canalização aumentará a vazão dos córregos Sumaré e Água Preta, que juntos tem sete mil metros de extensão. A proposta, com investimento de R$ 143 milhões, está em fase de licenciamento ambiental.
Após a ampliação dessas galerias, a vazão terá quase cinco vezes a capacidade atual e passará a escoar 62,5 m³ de água por segundo.
A obra, segundo o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU), Alexandre Delijaicov, é a melhor solução para resolver os problemas na Pompeia. Essa obra será fundamental porque ajuda a multiplicar as possibilidades de escoamento. Estamos no caminho correto para acabar com as enchentes em São Paulo ao construir canais de derivação e deltas artificiais na foz dos afluentes dos rios Tietê e Pinheiros, explicou.
Os túneis passam pelas avenidas Nicolas Bôer, Pompeia, Antártica, Sumaré, ruas Venâncio Aires, Barão do Bananal, Augusto de Miranda, Professor Rocca Dordal, Roque Adóglio, Gustav Willy Borghoff, Padre Antonio Tomas e Apiacás.
Operação Urbana Água Branca
O vereador Paulo Frange (PTB) é um dos parlamentares da Câmara Municipal que conhece bem o problema na região. Morador da Zona Oeste desde 1983, o médico já foi vítima das enchentes. Além de residir na Pompeia, trabalho no bairro e em uma das inundações perdi todos os aparelhos para examinar os pacientes, relembrou o cardiologista. Segundo Frange, os estudos para resolver o problema iniciaram-se na década de 90. A Operação Urbana Água Branca já contemplava ações para acabar com as enchentes. No entanto, esse projeto foi ficando ultrapassado e as necessidades passaram a ser outra. Por isso, lutamos para que a Prefeitura encaminhasse outra matéria para a Casa condizente com a realidade atual, explicou.
A matéria em questão é um projeto de lei (505/2012), do Executivo, aprovado em primeira votação pela Câmara Municipal no início deste mês. A revisão da Operação Urbana Água Branca prevê obras de drenagem e mais áreas verdes que também ajudarão a combater as enchentes. A região mudará para melhor, acredita Frange, que ajudou na elaboração do projeto aprovado pelos parlamentares.
Projetos
Soluções para acabar com as enchentes sempre estiveram presentes nas discussões da Câmara Municipal. Em 1995, por exemplo, o vereador Arselino Tatto (PT), apresentou um projeto de lei (60/1995), para que o contribuinte abata do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), taxa de conservação e limpeza ou Imposto Sobre Serviços (ISS) os prejuízos causados por enchentes. A matéria foi aprovada e, em 2000, tornou-se legislação.
Em tramitação na Casa, pode ser destacado também o projeto de lei (79/2011), do vereador Souza Santos (PSD), que institui em São Paulo que todo condomínio ou loteamento tenha um sistema para a captação e retenção de águas pluviais coletadas por telhados, coberturas, terraços e pavimentos descobertos. O objetivo desta matéria é contribuir para evitar ocorrências de novas enchentes, justificou o vereador.
(18/4/2013 – 10h47)