Os problemas provocados pelas fortes chuvas voltaram a ser tema de debate na Sessão Plenária desta quarta-feira (19/2). Vereadores ressaltaram a importância de buscar soluções para algumas regiões da capital paulista que continuam alagadas – em especial a Zona Leste da cidade.
Enchentes
Os vereadores Senival Moura (PT) e Alessandro Guedes (PT) pediram mais atenção para a região do Itaim Paulista, Zona Leste da cidade de São Paulo, que continua com ruas alagadas. Segundo os parlamentares, há moradores ilhados e correndo risco de contrair doenças causadas pela água parada.
Senival disse que os moradores locais têm dificuldade para sair de casa:
“Para sair de casa tem que usar barco para se deslocar para o trabalho. Imagina as crianças que vão para a escola e as pessoas com mobilidade reduzida”.
Guedes demonstrou preocupação com a saúde das pessoas que vivem na região:
“A água é podre, água de esgoto, água de sujeira. Nós não podemos aceitar conviver com uma cena desse tipo em uma cidade tão rica. Temos que enfrentar isso, que não é o problema de uma gestão”, disse o parlamentar.
O vereador Souza Santos (REPUBLICANOS) também subiu à Tribuna do plenário 1° de Maio para falar sobre as enchentes. No discurso, o parlamentar disse que visitou regiões alagadas e falou com moradores:
“As pessoas estão desoladas, perderam roupas, móveis e comida. É uma situação horrível, que só quem passa sabe o quanto é ruim passar por isso”.
Guarda Civil Metropolitana
A GCM (Guarda Civil Metropolitana) foi o assunto discutido pelo vereador Reis (PT). O parlamentar pediu reajuste salarial para os guardas municipais:
“São Paulo é a maior cidade, a mais rica do País. Nós temos municípios aqui na região metropolitana pagando bem mais do que a prefeitura de São Paulo paga aos seus guardas”, disse Reis.
Moção de repúdio
Da Tribuna do Plenário, vereadores repudiaram as ofensas expressadas pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), ao se referir à jornalista da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello.
Na manhã de terça-feira (18/2), em coletiva em frente ao Palácio Alvorada, o presidente ironizou, com conotação sexual, o trabalho da jornalista em reportagens realizadas durante a campanha eleitoral:
“Ela queria um furo. Ela queria dar um furo a qualquer preço contra mim”, disse Bolsonaro.
O Prof. Claudio Fonseca (CIDADANIA) leu uma moção de repúdio à fala do presidente. Para o parlamentar, a insinuação de Bolsonaro foi preconceituosa e caracteriza violência contra a mulher:
“Considerando que a fala desonra a liturgia do cargo da presidência da República, é descortês com as mulheres, as famílias e desrespeita os direitos consagrados na Constituição de 1988”, leu Fonseca, em um dos trechos da moção.
Em apoio à moção de repúdio lida por Claudio Fonseca, o vereador Daniel Annenberg (PSDB) também criticou a fala de Bolsonaro:
“É algo inadmissível. Um presidente da República, como o (vereador) Claudio bem ressaltou, é o presidente que tem dar o exemplo, é o presidente que tem que ter decoro, é um presidente que tem que mostrar conciliação na nossa nação”.
A vereadora Juliana Cardoso (PT) também se manifestou contrariamente à fala de Bolsonaro:
“Que ele respeite as mulheres, que ele entenda que, como presidente do Brasil, ele governa para homens e mulheres. O que ele fez com a jornalista da Folha é inadmissível”.
Da Tribuna, o vereador Eduardo Suplicy (PT) também repudiou o presidente:
“Quero também expressar como outros vereadores, nesta tarde, minha total solidariedade à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, em virtude da afrontosa insinuação feita pelo presidente Jair Bolsonaro, que envergonha todo o povo brasileiro”.
Assista a Sessão Plenária desta quarta-feira na integra: