‘Arte e intervenção social’, iniciativa da EMEF Professor Aurélio Arrobas Martins, situada no distrito de Itaquera, zona lesta da cidade, foi a grande vencedora na décima edição do Prêmio Paulo Freire. O projeto consiste em organizar na segunda edição do livro “Entre versos controversos: o canto de Itaquera”, as diferentes ações artísticas produzidas pelos estudantes.
“Os alunos publicaram o segundo volume de poesias no sentido de transformar a realidade de onde eles vivem, transformar a realidade da periferia de Itaquera, onde a escola está localizada”, explicou Daniel Carvalho de Almeida, organizador do projeto .
Carvalho contou que o projeto nasceu a partir da ideia transmitida em um verso do poeta alemão Bertold Brecht. “A árvore é xingada de estéril, mas quem analisa o solo? O galho estava seco e se quebrou, mas alguém perguntou se havia neve sobre ele?”
A solenidade de entrega do Prêmio Paulo Freire foi conduzida pelo vereador Reis (PT), que também preside a Comissão de Educação na Câmara. O parlamentar acredita que a premiação não apenas coloca em destaque o trabalhos das escolas, mas também incentiva a continuidade.
“Esse prêmio valoriza os projetos de educação e aqui várias escolas apresentaram suas iniciativas e foram analisadas. Isso nada mais é do que estimular, exaltar aqueles que lutam por uma educação de qualidade, que realmente trabalham para que São Paulo seja uma cidade educadora”, afirmou Reis.
A Salva de Prata de segundo lugar ficou com o projeto “Etnia: Um estudo sobre as histórias, cultura, opressão e a resistência da população afro-brasileira”, do CIEJA Sapopemba, representada pelos responsáveis Denis Ricardo Bezerra, Maria das Graças de Oliveira Galvão e Douglas Sanches da Silva.
Já a Salva de Prata de terceiro lugar foi para o EMEI Dona Leopoldina, com o projeto ‘Pequenos conselheiros, grandes ideias’. A escola foi representada pelos responsáveis Márcia Covelo Harmbach, Simone Cavalcanti da Silva e Iveline Santos Zacharias.
Sobre a premiação
Na edição 2015, 140 projetos foram inscritos, totalizando o maior número de iniciativas desde que a premiação começou a ser entregue. Todas os projetos passaram pelo crivo da Comissão Julgadora composta pela Secretaria Municipal de Educação, Comissão Permanete de Educação, Cultura e Esportes da Câmara, SINPEEM (Sindicato dos Profissionais de Educação no Ensino Municipal de São Paulo), UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas)
O Prêmio Paulo Freire de Qualidade de Ensino Municipal, entregue anualmente na Câmara Municipal, está na sua décima edição. O principal objetivo da premiação é estimular e valorizar as iniciativas que, com alternativa e criatividade, estejam alinhadas a uma política educacional comprometida com o processo de ensino.
No ano passado, o Projeto ‘Abram alas para a cultura popular brasileira’, do CIEJA (Centro de Integração de Ensino de Jovens e Adultos) Clóvis Caitano Miquelazzo, localizado no Parque Bristol, na zona sul, foi o grande vencedor.
Sobre Paulo Freire
O prêmio leva o nome do reconhecido educador, pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997). Paulo Freire, como ficou conhecido, era pernambucano, escreveu 15 livros e sua história está baseada, fundamentalmente, na educação popular, com a preocupação de promover, além da escolarização, a formação da ‘consciência política’.
Na política, Freire foi secretário municipal de Educação na gestão da prefeita Luiza Erundina, entre os anos de 1989 e 1991. Foi com base na sua forma de enxergar a educação que o educador marcou sua gestão com a implantação do MOVA (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos), um programa criado e mantido por uma aliança política e pedagógica entre os movimentos organizados da cidade e a administração municipal.
Parabéns aos vencedores do Prêmio Paulo Freire, que acreditam numa educação emancipadora, que valorizam muito o trabalho dos alunos e fazem toda a diferença na vida de cada um deles!!! Orgulho dessa profissão!!!!!!!!!!❤