Representantes da escola de samba Leandro de Itaquera e o vereador Paulo Fiorillo (PT) em encontro na Câmara Foto: André Bueno/CMSP
CAROL CÂMARA
DA TV CÂMARA
A história do vencedor do Prêmio Nobel da Paz e um dos mais importantes líderes da África do Sul, Nelson Mandela, será contada pela escola de samba Leandro de Itaquera no carnaval 2015. O lançamento do enredo da agremiação foi realizado na Câmara Municipal nesta quinta-feira (4/9).
O fundador da escola, Gilson Negão, explicou o que motivou a escolha de Mandela para ser homenageado. Ele (Mandela) foi um dos maiores ícones da nossa cultura na defesa do povo negro. Foi um cidadão da África do Sul que nasceu para liderar. Por isso, a Leandro resolveu homenageá-lo. Sua história e o que ele fez por seu povo, por seu país e pelo mundo o fazem merecedor. Ele foi um ícone da paz, afirmou.
Para o fundador da Soweto Organização Negra, Flávio Jorge da Silva, a escolha de Mandela é importante também para marcar a luta contra o racismo. Nós consideramos Mandela uma das principais lideranças do mundo, não só para nós da população negra. Este momento em que a escola o homenageia é a oportunidade para que todos que lutam contra o racismo também sejam lembrados, declarou.
Agora que o tema foi escolhido, a escola de samba começa os preparativos para a escolha da letra e da música. Nossos carnavalescos já estão fazendo todos os figurinos. Esse enredo já é considerado um dos melhores do carnaval, revelou o presidente da agremiação, Leandro Alves Martins.
O líder africano também será homenageado pela Câmara Municipal. A Câmara aprovou, e virou lei, a comemoração do Dia de Nelson Mandela em São Paulo. Essa comemoração, que já acontece em vários países, agora também será realizada aqui, contou o vereador Paulo Fiorilo (PT). Acho que a decisão da Leandro de Itaquera de escolher o Mandela para ser homenageado, e a possibilidade de fazermos o mesmo em julho, trará para a cidade uma discussão muito importante sobre o papel deste líder, acrescentou.
O ex-presidente da África do Sul lutou contra o Apartheid política racial implantada no país na qual a minoria branca, os únicos com direito a voto, detinha todo o poder político e econômico, enquanto os negros tinham a obrigação de obedecer à legislação separatista. Em 1961, Mandela se tornou comandante do Congresso Nacional Africano movimento que lutava contra o Apartheid.
No ano seguinte, foi preso, acusado de planejar ações armadas. Com ajuda da pressão internacional, foi libertado em 1990, e quatro anos mais tarde se tornaria o primeiro presidente negro da África do Sul, responsável por pregar a união de negros e brancos para fortalecer o país. Mandela faleceu em 2013, aos 95 anos de idade.
(05/09/2014 15h54)