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Escola do Parlamento exibe documentário sobre participação da Volkswagen na Ditadura

Por: DOUGLAS MATOS RAFAEL ITALIANI - DA REDAÇÃO

8 de agosto de 2017 - 19:02

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“Cúmplices? A Volkswagen e a Ditadura Militar no Brasil”. A pergunta é retórica e faz alusão às controversas relações entre a poderosa multinacional alemã e o regime repressivo brasileiro, instalado a partir de 1964.

A indagação é o mote de um documentário que tem exatamente o objetivo de provocar, logo de cara, uma reflexão sobre um assunto quase desconhecido ou muito pouco explorado: a participação de multinacionais na repressão durante o regime militar.

A obra, dirigida pela documentarista alemã Stefanie Dodt e o cineasta Thomas Aders, foi lançada no fim do mês passado (julho) pela TV pública da Alemanha. O documentário conta como Franz Paul Stengl, ex-oficial do regime nazista, veio para o Brasil com o nome verdadeiro e criou o departamento de segurança industrial da Volkswagen de São Bernardo do Campo, na região do ABC.

A cumplicidade proposta pelo nome da obra leva em conta que oito operários foram presos, interrogados e torturados dentro da fábrica. O ex-deputado estadual Adriano Diogo (PT), que presidiu a Comissão da Verdade pela Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), ajudou na produção do documentário fornecendo informações e o paradeiro das vítimas do regime militar brasileiro.

“Essas pessoas estão velhas, doentes e com as vidas destruídas. Tudo isso que eles passaram chegou [o documentário] primeiro para os países desenvolvidos e agora para nós, na Câmara dos Vereadores”, disse em entrevista à Web Rádio e ao Portal da Casa.

Ainda de acordo com ele, que militou contra a Ditadura, a prioridade da obra “é resgatar a história desses operários que foram presos dentro da fábrica”.

De acordo com o filme, depoimentos e levantamentos feitos por historiadores alemães, a filial brasileira da montadora, no ABC paulista, não só teve uma ligação com os militares, mas também teria colaborado diretamente com eles. Entre várias atividades obscuras, a Volkswagen teria ajudado na perseguição de opositores políticos.

O assunto será tema de um debate na Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta-feira (9/8), logo após a exibição integral do documentário, às 18h30, no Salão Nobre. A discussão terá a presença de protagonistas do filme, centrado no personagem Lúcio Bellentani, sindicalista e operário.

O evento é uma iniciativa do IIEP (Intercâmbio Informações, Estudos e Pesquisas) com apoio da Escola do Parlamento da Câmara e do mandato da vereadora Juliana Cardoso (vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos).

Passado nazista

O austríaco Franz Paul Stengl teve papel importante no regime Nazista de Adolf Hitler. Como oficial do Reich, comandou os campos de concentração e extermínio de Sobibor e de Treblinka, ambos na Polônia.

Só o primeiro local foi responsável pela morte de cerca de 100 mil judeus, executados por soldados em câmaras de gás tóxico.

História e Bastidores

Boa parte do conteúdo foi baseado no material recolhido aqui no Brasil pelo IIEP em parceria com a CNV (Comissão Nacional da Verdade).

O Ministério Público Federal instaurou um inquérito com relatos de ex-empregados que ficaram presos em salas do Departamento de Segurança Industrial onde passaram por interrogatórios agressivos e desgastantes.

Em 2016, a empresa alemã contratou um historiador e abriu uma investigação própria para apurar os casos de violação dos Direitos Humanos.

Serviço

Evento: Exibição e debate do documentário “Cúmplices? A Volkswagen e a Ditadura Militar no Brasil”
Data: 9/8 (quarta-feira)
Horário: 18h30
Local: Câmara Municipal de São Paulo (Salão Nobre) – Viaduto Jacareí, nº 100
Diretor Responsável e Coordenação: Roberto Garibe
Carga Horária: 4h
Inscrições: evento aberto
Lugares: 350

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