Nesta quarta-feira (7/10), as escolas da rede estadual iniciaram a retomada das atividades presenciais opcionais em todo o território paulista. Na capital, também houve a volta de alunos em unidades escolares da rede municipal para atividades extracurriculares. A retomada das aulas regulares, entretanto, ainda não foi definida.
No total, 904 escolas estaduais em 219 municípios paulistas passaram a ofertar atividades de reforço e recuperação, totalizando cerca de 200 mil estudantes atendidos. Só na capital havia a previsão de 304 unidades retomarem as atividades presenciais, segundo balanço da Secretaria Estadual da Educação, sendo que parte delas já funciona desde o dia 8 de setembro.
Porém, tanto o calendário de retomada presencial como a realização de atividades de reforço nas escolas municipais, estaduais e privadas dependem da autorização de cada prefeitura. Desde o dia 8 de setembro, as unidades já podem retomar atividades presenciais de acolhimento e recuperação, também mediante autorização dos municípios.
A reabertura deve respeitar limites máximos de alunos e protocolos sanitários. Nas redes privadas e municipais, a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental podem ter até 35% dos alunos por dia em atividades presenciais. Para os anos finais dos ensinos Fundamental e Médio, o limite máximo é de 20%. Nas escolas estaduais, só é permitido o atendimento de até 20% em todas as etapas.
Além disso, a administração estadual anunciou, também nesta quarta-feira, o início da testagem de infecções pelo novo coronavírus na rede estadual de ensino. O procedimento será realizado ao longo deste mês e prevê, inicialmente, alcance de 10 mil estudantes e 9,3 mil profissionais da educação das escolas estaduais.
Inicialmente, os testes serão feitos em alunos e profissionais de cem escolas, distribuídas em 20 cidades em diversas regiões do Estado. A seleção das unidades escolares participantes será feita por sorteio.
Em cada escola, serão testados cem alunos e todos os servidores. A aplicação de testes RT-PCR também será estendida a pessoas sem sintomas devido à possibilidade de infecções em fase inicial de contágio.
O objetivo é identificar a frequência de contágio pelo novo coronavírus durante o período de volta às aulas presenciais – que começou nesta quarta-feira, de forma opcional, para alunos do Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos.
Mais sobre o coronavírus
De acordo com boletim diário desta quarta-feira (7/10) publicado pela Secretaria Municipal da Saúde sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), a capital paulista contabiliza um total de 12.994 vítimas da Covid-19.
Há, ainda, 339.777 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 425.843 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 473.005 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta quarta-feira.
Em relação ao sistema público de saúde, nesta quarta-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 42%.
Já na última terça-feira (6/10), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 41%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Atuação do município
5% das famílias de Heliópolis, na zona Sul da capital paulista, apontam a necessidade de mais dados sobre os casos de Covid-19 e a situação dos hospitais da região. É o que mostra uma pesquisa inédita sobre os impactos da pandemia na vida das famílias e a qualidade das informações veiculadas sobre a doença na comunidade.
O objetivo do estudo é compreender as necessidades da população e prover informações consistentes para a tomada de ações. A pesquisa foi realizada via formulário on-line entre os dias 27 e 29 de março.
Segundo o levantamento – feito pela UNAS (União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região), por meio do Observatório de Olho na Quebrada – a qualidade das informações que estão sendo veiculadas gera preocupação.
Atribuindo uma nota de zero a dez, a pesquisa indicou que as pessoas não se sentem bem informadas sobre a real situação da pandemia em Heliópolis, sendo 5,6 a nota média apontada nas respostas. A média de quanto as pessoas se sentem bem informadas sobre como se prevenir foi de 8,5.
O estudo observou também que 49% dos moradores utilizam muito os aplicativos de mensagem como fonte de conhecimento, e a desinformação e a disseminação de notícias falsas representam uma preocupação. Segundo os organizadores do projeto, os pesquisadores estão monitorando grupos locais de Whatsapp e já identificaram, por exemplo, a divulgação de fake news (notícias falsas) referentes aos casos de Covid-19.
Ações e Atitudes
Através do projeto Termômetro Social Covid-19 Brasil, pesquisadores estão avaliando como a população brasileira, em todas as suas diferenças, percebe a pandemia da Covid-19. O objetivo é dimensionar os impactos da pandemia, considerando os aspectos sociais, econômicos e a saúde dos brasileiros. As informações serão coletadas por questionário on-line que deve ser respondido até o dia 10 de novembro.
Para atingir seu objetivo, o estudo pretende ouvir a população como um todo, incluindo a percepção dos mais vulneráveis para tentar compreender as consequências do novo coronavírus nas populações periféricas e de áreas rurais, além de pessoas em situação de rua.
Considerando as dificuldades desses grupos para acessar o formulário on-line, desde o dia 22 de agosto pesquisadores fazem coleta de dados em campo junto às pessoas que vivem nas comunidades periféricas de Ribeirão Preto e Rio de Janeiro, onde a USP (Universidade de São Paulo) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já desenvolvem projetos em parceria com moradores.
A pesquisa é desenvolvida pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fiocruz e com a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa. Colaboram com o estudo pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal de São Carlos e da Universidade Federal de Minas Gerais.
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