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Especial: em Perus, comércio ambulante é para poucos

6 de setembro de 2013 - 18:43

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Rafael Carneiro da Cunha/CMSP
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O sol ainda nem havia raiado e Regina Guimarães já estava de pé. Às 4h, a comerciante já tinha saído com o seu Peugeot, adquirido há dois anos, para comprar no centro da cidade a mercadoria que iria vender nos próximos dias. Controles remotos, carregadores de celular e bonecas eram alguns dos produtos que a paranaense de 42 anos colocaria à venda em sua barraca, situada na Praça Luís Neri, em Perus.

Regina está entre os seis comerciantes do bairro da Zona Norte que obtiveram na Justiça a permissão para continuar trabalhando como ambulante. E ela tem participado das audiências públicas envolvendo a questão dos camelôs na Câmara Municipal de São Paulo.

Após ter o TPU (Termo de Permissão de Uso) cassado em 2011, ela se juntou a outros vendedores e propôs que eles se dividissem em grupos de seis a sete pessoas para que cada um deles contratasse um advogado e entrasse com uma ação pedindo que a cassação fosse revogada. Fazendo isso, os ambulantes tinham mais chance de ganhar, mas não foi o que aconteceu. Somente o meu grupo conseguiu, lamenta.

Nascida no interior do Paraná, Regina chegou a São Paulo quando tinha pouco mais de um ano de idade e se instalou com seus pais e seus irmãos em Perus. Antes de ser vendedora ambulante, ela chegou a trabalhar em uma loja da rua José Paulino, no centro, e em duas metalúrgicas, seguindo os passas do pai José Augusto.

Já passei por momentos bons, outros ruins, mas estou dando conta de criar os meus filhos, diz a loira da barraca ? como é conhecida na região. Há 18 anos no mesmo ponto, Regina revela que as suas vendas não aumentaram com a saída dos outros camelôs da praça Luís Neri e ressalta que as outras barracas chamavam mais clientes.

Churros que custa caro

Já Joel Isidoro e Maria da Piedade dos Santos, casados há 27 anos, não tiveram a mesma sorte que Regina, e até hoje estão impedidos de trabalhar na praça. Como a venda de churros é o que sustenta financeiramente a família, que ainda conta com um filho de 15 anos, eles resolveram alugar um espaço para comercializar a guloseima. Segundo Isidoro, eles estão praticamente pagando para trabalhar, pois o custo do aluguel é de R$ 1.000 mensais e, além disso, arcam com um valor diário de R$ 40 referente aos gastos com água e luz. O faturamento diário deles gira em torno de R$ 60.

Moramos em um bairro pobre, onde não tem muitas empresas e indústrias que ofereçam trabalho para a nossa idade, diz Maria da Piedade, que tem 47 anos. O marido, 12 anos mais velho que ela, é pedreiro, porém não consegue mais trabalhar na área devido às cinco hérnias de disco e ao inchaço no nervo ciático.

Isidoro e Maria da Piedade têm buscado ajuda em diversas instâncias. Eles estiveram presentes, por exemplo, na audiência pública realizada pela Câmara Municipal que debateu a regulamentação do comércio ambulante em São Paulo. Só queremos de volta o nosso trabalho e vamos lutar por isso. O dinheiro que estamos ganhando é pouco e só dá para comprarmos o básico para sobreviver, ressalta Isidoro. (Rafael Carneiro da Cunha)

Rafael Carneiro da Cunha/CMSP
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(6/9/2013 – 15h41)

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