A Câmara Municipal, através dos vereadores Floriano Pesaro (PSDB), Gilberto Natalini (PSDB) e Claudio Fonseca (PPS), promoveu debate, nesta sexta-feira (20/03), para discutir os impactos da crise econômica na vida do cidadão paulistano. Diversos especialistas expuseram seus pontos de vista e apresentaram alternativas para o Governo Federal enfrentar a crise.
O gerente do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), André Marques Rebelo, mostrou números e indicadores da Federação. Deixou claro que a crise financeira atingiu o Brasil via crédito internacional e pressionou a taxa de câmbio.
Indústria
Rebelo mostrou-se preocupado principalmente com a queda de 3,6% no PIB no 4º trimestre de 2008 e com a queda na produção industrial, que chegou a 7,4% no período. Garantiu “que a produção industrial sofrerá muito.”
Segundo os números da Fiesp, em fevereiro de 2009 mais de 43 mil vagas foram fechadas no mercado de trabalho do Estado de São Paulo e, desde outubro do ano passado, mais de 243 mil trabalhadores perderam empregos no Estado.
O especialista disse que a Reforma Tributária é inerente ao País e que a contenção dos gastos públicos, a manutenção da taxa de juros compatíveis com o mercado internacional e a reforma do sistema financeiro são mudanças que devem ser feitas para combater os impactos.
Para Tony Volpon, analista de mercado e chefe da empresa Capital Markets, a indústria é a que registra as maiores perdas porque dela partiu todo o crescimento anterior. Segundo o economista, “o Brasil entrou na onda e apostou tudo, como se o bom momento financeiro não fosse acabar.”
Simbiose mundial
Para ele, Estados Unidos, China e União Européia foram os maiores responsáveis pela crise econômica. “A crise foi de crédito mundial, de aumento da dívida internacional, e não só de crédito americano. A China produzia em excesso devido a fortes investimentos internos, e os outros países, principalmente os Estados Unidos, consumiam via crédito forte; estabeleceram assim praticamente uma relação de simbiose”, explicou.
Volpon disse que a os impactos ainda chegarão ao setor de serviços e a cidade de São Paulo será fortemente afetada. “A crise não vai terminar logo e em breve chegará ao setor de serviços. O momento é de relaxamento fiscal, o Governo precisa de uma política para esta área, temos de retomar a demanda na economia imediatamente. O corte de impostos no setor automobilístico foi um exemplo, o setor estava em franca queda e conseguiu voltar a vender.”, ressaltou.
O vereador Floriano Pesaro também mostrou sua apreensão: “Nós vereadores não podemos nos omitir, o que está acontecendo é mais do que uma ‘marolinha’ – como foi dito pelo presidente Lula. Nossa preocupação é que a crise logo se torne social, por isso precisamos conhecer os seus dados para propor políticas públicas de geração de emprego e crédito”, enfatizou.
Também participaram do evento o presidente da Federação das Micro e Pequenas Empresas Amarildo Gabriel Alves; o ex-senador e presidente do PPS Roberto Freire; e o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica Humberto Barato.
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