Em mais uma edição do Ciclo de Debates Pensando São Paulo, a Escola do Parlamento reuniu especialistas nesta segunda-feira para opinar em relação aos indicadores de alfabetização e outros tópicos relacionados à educação da cidade de São Paulo. Educação de adultos, dificuldades enfrentadas pelos professores e importância do acesso à cultura escrita foram alguns dos assuntos abordados.
A professora Maria Clara Di Pierro, da Faculdade de Educação da USP, lembrou que São Paulo possui mais de 283 mil pessoas com 15 anos ou mais consideradas analfabetas absolutas, o que representa 3,2% da população, e apontou a necessidade de adequar a carga horária das aulas e localização dos cursos à realidade de vida dos alunos adultos.
A maioria das pessoas analfabetas está na periferia. É preciso que as políticas públicas cheguem perto de suas casas ou de seus empregos. Além disso, os períodos de matrícula precisam ser mais divulgados, afirmou a professora.
Em relação às formas existentes de avaliação do ensino, a socióloga Vanda Mendes Ribeiro, doutora em Educação pela USP, lembrou que é preciso esclarecer a função desses medidores. Se a escola não entende o que significa aquela medida, não tem como melhorar suas práticas, afirmou. Segundo ela, antes de avaliar o desempenho de uma instituição de ensino, é preciso levar em conta a estrutura da escola, a situação socioeconômica das crianças ou adolescentes que a frequentam e uma série de outros fatores.
De acordo com a socióloga, é necessário dar melhores condições aos professores e à própria escola, para que as crianças aprendam o que a sociedade, de fato, espera que elas aprendam. Os professores precisariam se fixar em apenas uma instituição de ensino, ter tranquilidade para conversar com seus pares, afirmou.
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(24/09/2012 18h19)