A Câmara Municipal realizou nesta sexta-feira (29/11) um seminário para debater Políticas Públicas sobre Drogas: Experiências no Brasil e Outros Países. Durante o evento, especialistas sinalizaram para a necessidade de ações conjuntas dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e da sociedade para ajudar dependentes químicos.
A assessora técnica de Saúde Mental, Álcool e Drogas da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, Teresa Cristina Endo, explicou que é necessário cuidar do dependente químico não apenas em relação à droga. A última coisa que pensamos é em retirar a droga que a pessoa usa. É preciso entender qual é a demanda desse usuário, o papel que essa substância tem na vida dele e acolher essa pessoa pensando nas múltiplas necessidades dela, afirmou.
Para o médico Luiz Alberto Chaves de Oliveira, a sociedade precisa tomar consciência de que as drogas são um problema de todos. A droga não é um problema apenas dos governos, mas de toda a sociedade porque está relacionada com a cidadania. Além disso, no Brasil não existem políticas pública para resolver esse problema, apenas intenções, ressaltou. A articulação entre diversos envolvidos é fundamental no processo, acrescentou.
Durante o debate, ações de sucesso em outros países e cidades foram contadas. É o caso de Minas Gerais, que hoje conta com uma secretaria exclusiva para tratar do tema. Podemos dizer que o problema melhorou razoavelmente no nosso Estado porque ao criar um órgão específico para isso, é possível pensar em um cronograma, definir metas e acompanhar resultados, disse o subsecretário de Políticas sobre Drogas do Estado de Minas Gerais e coordenador Nacional do Fórum Brasileiro de Gestores de Políticas sobre Drogas, Cloves Benevides.
Outro exemplo de tratamento de dependentes químicos é Portugal. O país abriu consultórios nas cracolândias para oferecer tratamentos de boa qualidade e respeito, ajudando os usuários no convívio social. O modelo que temos aqui pode ser adotado em qualquer país do mundo. É necessário que se façam políticas públicas eficientes para resolver o problema, ressaltou o presidente do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, João Goulão.
O vereador Aurélio Nomura (PSDB), proponente do seminário, sinalizou para a necessidade também da continuidade das ações. Quando muda a gestão, normalmente, os novos deixam de lado o projeto. Além disso, precisamos pensar que os usuários não podem ser tratados de maneira igual, mas sim de forma individualizada, disse.
(29/11/2013 – 14h26)