Da redação
O crescimento nos preços dos imóveis de Santana, Mandaqui e Tucuruvi nos últimos anos tem preocupado e até afugentado moradores e comerciantes. Os três distritos são administrados pela subprefeitura de Santana/ Tucuruvi, que será a próxima região a receber o programa Câmara no Seu Bairro.
Dos bairros do Mandaqui, Lauzane Paulista é um exemplo do crescimento nos preços dos imóveis. Com perfil predominantemente residencial e localizado próximo à Serra da Cantareira, o local se valorizou principalmente a partir de 2007, com a construção do Santana Parque Shopping. Perto dali, o bairro Horto Florestal vive a mesma situação e, como reflexo, possui muitas residências à venda ou para alugar.
A alta dos imóveis também tem atingido o comércio. Segundo o dono de boxes de cosméticos, José Júnior, pelo menos oito lojas fecharam na rua em que trabalha nos últimos meses. Isso ocorreu por conta da valorização da região somado à forte concorrência do Brás, no centro da cidade, e ao fraco crescimento econômico brasileiro dos últimos anos. “Na rua Voluntários da Pátria foram 15”, salienta o comerciante, que também se viu obrigado a fechar um dos seus boxes e demitir os funcionários.
“Tudo está caro. A inflação em geral fez os preços subirem e o povo está com medo de gastar com coisas “fúteis” para comprar comida, bebida”, afirmou a comerciante Anésia Soleiman. Ela trabalha no bairro há 12 anos e atualmente paga mais de R$ 2.500 no aluguel do seu imóvel.
De acordo com um levantamento da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) e do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), entre 2000 e 2006, o preço do metro quadrado em Santana valorizou 70%, passando de R$ 2.205,35 para R$ 3.735,45.
Leite de Morais
A rua Leite de Morais, em Santana, é um dos centros comerciais populares da região de Santana/Tucuruvi e há 50 anos abriga a loja de Rhala, uma libanesa que vive no Brasil há 55 anos. Ela é testemunha das profundas mudanças do bairro nas últimas décadas, sendo a mudança do ponto final da linha Itaim Bibi/ Metrô Santana de ônibus uma das últimas.
Alvo de reclamação dos comerciantes da rua, o ponto final não desagrada Rhala. Pelo contrário, ela acredita que com a mudança feita pela SPTrans, empresa que administra os ônibus da cidade, aumentou o número de clientes na sua loja, que vende de tudo um pouco, desde artigos para festas, como pratos descartáveis, decoração, até doces e bebidas.
Já Renato Ambrogi, que possui um box de cosméticos em uma galeria próxima à loja de Rhala, acredita que o ponto final da linha de ônibus só atrapalhou o comércio local. “O que matou Santana foi a retirada dos camelôs, que acabavam chamando cliente para o nosso box, para colocar esses ônibus. Teriam outras áreas para colocá-los!”
Há dois anos, fiz reportagem sobre o problema social dos moradores em situação de rua na região de Santana, especificamente os que acampam e dormem nas calçadas nos baixos da estação Santana do Metrô na avenida Cruzeiro do Sul e também nos bancos do terminal de ônibus, apesar de já ter visto outras reportagens e resposta da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS, alegando que acompanham, monitoram e atuam com projetos de políticas públicas junto à está população, não é o que me parece. A impressão que temos é que não existe ação do poder público para tentar solucionar o problema e que está aumentando dia a dia.
Há dois anos, fiz uma reportagem sobre o problema social dos moradores em situação de rua na região de Santana. Especificamente, aqueles que dormem nas calçadas do canteiro central da avenida Cruzeiro do Sul, no vão livre entre os pilares das plataformas de embarque e desembarque da estação Santana do Metrô e, também aqueles que fazem dos assentos dos bancos de concreto no terminal de ônibus, suas camas.
Apesar de já ter visto outras reportagens e matérias sobre o assunto, onde a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS, responde alegando que acompanha, monitora e atua junto à está população com projetos de políticas públicas e outros atendimentos.
Não é o que me parece de fato, a impressão que temos é que não existe ação do poder público para tentar solucionar o problema e que está aumentando dia a dia.