O Governo do Estado de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (18/10) a antecipação de 8 semanas para 21 dias o intervalo de aplicação da segunda dose da vacina contra Covid-19 da vacina da Pfizer em adultos. O prazo está indicado na bula do imunizante e amplia a proteção dos já vacinados, além de aumentar a cobertura vacinal de São Paulo.
A medida beneficia dois milhões de pessoas com 18 anos ou mais que receberam a primeira dose e, agora, poderão concluir seu esquema vacinal cinco semanas antes do prazo indicado na carteira de vacinação. A nova estratégia definida pelo PEI (Plano Estadual de Imunização) poderá ser realizada a partir desta terça-feira (19/10) pelos 645 municípios paulistas.
Para reforçar as orientações à população, a Secretaria de Estado da Saúde e a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo) estão reprogramando o disparo de mensagens de texto pelo celular e e-mail com informações sobre esta medida, reforçando a recomendação para consulta aos cronogramas das cidades de residência e conferir a sua carteira de vacinação.
Cada cidadão que já recebeu a primeira dose da Pfizer poderá conferir sua carteirinha para verificar a nova previsão de retorno ao posto, contando em seu calendário 21 dias a partir da data da primeira dose – e mesmo que o período já seja maior que este, também poderá tomar a segunda dose antes da data de retorno sinalizada em sua carteirinha.
A vacinação para adolescentes segue com intervalo de 8 semanas e a antecipação para o público será adotada mediante disponibilização de mais doses de Pfizer pelo Ministério da Saúde.
Desde o início da campanha, o Estado já aplicou mais de 68,4 milhões de doses de vacinas e mais de 83% da população adulta já tem esquema vacinal completo. Os dados foram extraídos às 11h48 desta segunda no Vacinômetro, atualizado em tempo real e disponível para consulta pública em: https://vacinaja.sp.gov.br/.
Atuação do município 1
A Secretaria Municipal da Saúde fez um recorte das semanas entre 8 e 28 de setembro e os dados mostraram redução nos casos mais graves da Covid-19 e que as vacinas, sem exceção, têm ajudado a controlar o número de mortes. A capital, que chegou a ter mais de 500 pedidos de internações por dia na rede municipal, no pico da pandemia, caiu para uma média de 51 nas três semanas do levantamento, o que representa uma queda de cerca de 90%.
Durante o período da análise, ingressaram na rede municipal, 1.082 pacientes adultos (casos novos com mais de 18 anos) que necessitaram de internação. Também estavam internadas 105 pessoas menores de 18 anos, ainda sem o esquema vacinal completo, totalizando 1.187. Destes, 753 ocuparam um leito de enfermaria e 434 uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Entre os internados, 261 não estavam vacinados (excluindo os menores de 18 anos), o que representa um quarto do total dos pacientes.
De acordo com a secretária-executiva de Atenção Hospitalar, Marilande Marcolin, uma das leituras dos dados é a de que a quantidade de internações e mortes seria bem maior caso a imunização não estivesse disponível. “A curva de internações começou a diminuir a partir de junho, período que coincide com o avanço da vacinação no município”.
Outro dado que chama a atenção no levantamento é que a maioria dos casos se concentra em pacientes com mais de 40 anos de idade, com maior incidência nos maiores de 60 anos. Nos casos em que os pacientes precisaram de uma UTI, também foi possível verificar a menor incidência de intubações.
Uma das estratégias da administração municipal para reduzir o número de internações foi facilitar o acesso à vacina para garantir a imunização de 100% da população de São Paulo.
Atuação do município 2
Com a estabilidade dos casos de Covid-19 na capital, a Prefeitura de São Paulo desativou na última sexta-feira (15/10), as barreiras sanitárias que foram implantadas em 27 de maio no aeroporto de Congonhas e em três terminais rodoviários da cidade. O objetivo da ação foi identificar os casos suspeitos e evitar a disseminação das variantes do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19.
Em quase cinco meses, equipes da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) abordaram 801.106 pessoas nos quatro pontos de monitoramento e realizaram ações educativas em um terminal de cargas, em dois terminais de ônibus urbanos e três estações do Metrô. Em relação aos casos sintomáticos identificados, foram feitos os devidos encaminhamentos, de acordo com as diretrizes do PMI (Programa Municipal de Imunizações).
No aeroporto de Congonhas foram registrados, no período, 157 casos sintomáticos da doença em uma amostra de 555.700 passageiros abordados e 7.816 voos checados (cerca de 70 por dia). Nos terminais rodoviários Tietê, Barra Funda e Jabaquara foram inspecionados 18.020 ônibus e abordadas 213.096 pessoas, 53 delas sintomáticas.
No Terminal de Cargas Fernão Dias foram abordados 8.597 cidadãos e entregues 11.038 folhetos informativos. Nos terminais de ônibus urbanos Brás e Pari e nas estações do Metrô Vila Matilde, Penha e Artur Alvim foram feitas 646 ações educativas, durante as quais foram abordadas 23.713 pessoas e identificados dez casos sintomáticos.
Mais sobre o novo coronavírus 1
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, até esta segunda (18/10), a capital paulista totalizava 38.555 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.537.106 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta segunda (18/10), é de 35,7%.
Já neste domingo (17/10), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 48%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Mais sobre o novo coronavírus 2
O Instituto Butantan recebeu autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), na última sexta (15/10), para iniciar os testes em humanos do soro antiCovid. O produto vai auxiliar o tratamento de pessoas infectadas pela doença – ao contrário da vacina, que é uma forma de prevenção.
Os ensaios clínicos serão realizados no Hospital do Rim e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ambos localizados na cidade de São Paulo. Em maio, a Anvisa já havia autorizado o protocolo clínico, porém, testes adicionais foram incluídos para avaliação do produto. Com isso, o Butantan já conta com as permissões necessárias para a realização de todas as etapas dos testes clínicos do soro.
As fases 1 e 2 dos testes clínicos serão realizadas no modelo randomizado, multicêntrico, e divididas em três etapas – A, B e C. Seu objetivo é avaliar a segurança farmacocinética e a eficácia do soro antiCovid, além de escalonar a dose. Os voluntários participantes são adultos com mais de 30 anos e com diagnóstico de infecção por Covid-19 confirmado por PCR há no máximo cinco dias.
Na fase 1, que foca na segurança do produto e definição de dose, o estudo vai envolver 30 pessoas transplantadas de rim, pacientes do Hospital do Rim (etapa A); e 30 pacientes oncológicos do Hospital das Clínicas, com câncer de órgão sólido (etapa B). Na fase 2, participarão 558 pessoas, entre transplantados de órgãos sólidos e pacientes oncológicos, todos fazendo terapia imunossupressora (etapa C). O soro é intravenoso, ou seja, é inserido na veia em uma única aplicação. O paciente fica no hospital por um dia e recebe o medicamento.
O foco do soro antiCovid nos imunossuprimidos é uma contribuição do Butantan para fornecer tratamento a um público numeroso que tem dificuldades na sua imunização e, em muitos casos, não pode tomar vacina. Além disso, são pessoas bastante afetadas pela Covid-19, com uma taxa de mortalidade que pode ser superior a 65%.
Este estudo é um projeto multidisciplinar do Butantan, envolvendo pesquisadores de diversas áreas com um objetivo comum, e que parte da experiência de 120 anos do instituto na elaboração de soros. Além disso, é uma iniciativa pioneira, já que o Brasil não tem histórico de realização de ensaios clínicos desde a etapa de pesquisa do produto.
Ações e Atitudes
Pesquisadores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) desenvolveram uma nova tecnologia de teste para avaliar o diagnóstico de Covid-19 pela saliva utilizando luz. A formulação foi feita por um grupo do Laboratório de Bioanalítica e Eletroquímica da instituição de ensino. Os estudiosos adotaram uma técnica denominada entre os especialistas de eletroquimioluminescência.
Segundo esta técnica, um sinal elétrico é aplicado na saliva de um paciente. Caso haja o vírus na saliva da pessoa, esse sinal produz uma reação química e mostra o resultado na forma de aparição de luz vermelha, apontando o diagnóstico. Se o aparelho utilizado não ascender, o diagnóstico é negativo.
De acordo com os pesquisadores, é possível obter o resultado do diagnóstico em até uma hora e ele tem precisão semelhante ao do teste laboratorial RT-PCR. O teste indica a presença ou não do vírus e a carga viral. Outra vantagem apontada pelos autores da pesquisa é a análise de 20 amostras ao mesmo tempo.
O dispositivo utilizado para o teste também pode ser conectado a um smartphone. Assim, ele “roda” sem a necessidade de um técnico especializado para comunicar o resultado do exame realizado.
*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta segunda-feira
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