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O eleitorado não discrimina entre homens e mulheres, mas a estrutura de poder dentro dos partidos brasileiros impede uma maior participação feminina na política do país. Essa é a opinião do demógrafo José Eustáquio Alves, que nessa sexta (24/5) lançou na Câmara o livro As Mulheres nas Eleições de 2010.
A obra, escrita em parceria com Célia Regina Pinto e Fátima Jordão, faz uma ampla análise do desempenho das mulheres naquele pleito. Apesar de contar com uma participação feminina recorde e pela primeira vez eleger uma mulher para a presidência, o Brasil perde para países como Bolívia e Iraque na proporção de mulheres eleitas.
As candidatas do sexo feminino representaram apenas 22% do total de postulantes ao cargo de deputado federal, e menos de 9% foram eleitas. No Senado, há 12 senadoras entre os 81 ocupantes das cadeiras.
Segundo Alves, os partidos são misóginos, não dando espaço para que as mulheres ocupem espaços de liderança em suas estruturas. Não tem nenhum partido presido por mulher no Brasil hoje em dia. Outra coisa que chamou muito a atenção foi a situação da Marina Silva. Ela teve 20 milhões de votos em 2010, mas foi praticamente expulsa do partido depois.
O evento foi promovido pelo mandato da vereadora Juliana Cardoso (PT). Para a parlamentar, a condição das mulheres dentro das agremiações têm melhorado muito, embora lentamente. No PT a gente já avançou um pouco nessa questão. Internamente, nas nossas conferências, nós colocamos a questão da paridade. Dentro das regiões zonais, municipais, você tem que ter 50% de homens e 50% de mulheres, para dividir o espaço político, comentou.
(24/05/2013 21h)