Rodolfo Blancato
A política do Estado brasileiro em relação às drogas foi o assunto de uma mesa-redonda realizada pelo Tribunal de Contas do Município em conjunto com o Sindicato dos Servidores da Câmara na noite desta terça (25/6). O evento abordou diversos aspectos da questão, como o tratamento de dependentes químicos e a legalização do uso de entorpecentes como solução para o problema do tráfico.
Para José Florentino Filho, do Conselho Municipal de Álcool e Drogas, as moradias assistidas são bem sucedidas para a recuperação de viciados. “As casas que servem como apoio quando o dependente sai do tratamento”, explicou. Atualmente, o programa abriga 160 pessoas. Lá, elas têm oportunidade de voltar aos estudos e trabalhar.
Entretanto, Florentino Filho pontuou que ainda falta um programa posterior às moradias. “Temos que garantir a continuidade, senão não adianta”, observou.
Já o juiz Luís Carlos Valois, porta voz da organização Agentes da Lei Contra a Proibição, contou um pouco da história da demonização das drogas, que foi se estabelecendo progressivamente ao longo do século XX.
Para o magistrado, a atual política de guerra aos entorpecentes só gera problemas para a sociedade: financia o crime organizado e cria gastos para o Estado por causa do encarceramento em massa de viciados.
Quando a gente vê que 50% dos presos no Brasil são por envolvimento com entorpecente, percebe que tem algo de errado nisso, afirmou Valois. A gente nasceu na proibição, cresceu na proibição, e agora está discutindo como resolver os problemas criados por ela. Mas ninguém discutiu como a gente entrou nessa coisa.
(25/6/2013 20h37)