A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pirataria ouviu, durante a reunião desta quarta-feira (14/12), Rubens Zogbi Filho – CEO da Centuria Ivestimentos, ex-cotista do fundo de gestão que administra o Circuito das Compras da Feira da Madrugada, localizado na Avenida do Estado, centro de São Paulo. O empresário vendeu sua participação em 2021 após oito anos no negócio.
O presidente da CPI da Pirataria, vereador Camilo Cristófaro (AVANTE), questionou Rubens Zogbi Filho sobre a visão que tinha em relação ao empreendimento que gera uma arrecadação mensal de R$ 4,7 milhões. “Não tem outro ponto igual na América Latina. Localização e construção. Mas, sei os motivos pelos quais o Circuito está desandando. Qual era a visão que vocês tinham?”, perguntou.
O empresário disse que acreditava no empreendimento como um grande ativo de renda para a classe baixa. “Continuo acreditando muito. O mercado dos shoppings leva tempo para maturar, 2 a 3 anos. A gente pretendia dar condição para aquele ambulante que estava na rua sair de uma condição desfavorável e ingressar na formalidade pelo mesmo custo”.
O vereador Adilson Amadeu (UNIÃO), vice-presidente da CPI da Pirataria, afirmou que o fundo que administra o Circuito das Compras ficou em mãos erradas. “Acho que elas [pessoas] querem derrubar o negócio para valorizar depois ou coisa parecida. Como que outros shoppings da região estão dando certo?”, pontuou. Rubens Zogbi Filho declarou ser difícil dizer o porquê o empreendimento está em decadência. “Provavelmente por decisões erradas da administração. A partir do momento que um fundo é sócio de qualquer ativo ele deve obrigações legais e, por isso, duvido que qualquer gestor fizesse algo proposital, acredito em decisões erradas mesmo”.
Durante o depoimento, os vereadores integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito perguntaram sobre os valores praticados pelos empresários na Feira da Madrugada. “O preço era super factível enquanto eu era sócio, havia previsão em contrato. Os valores dos boxes chegavam perto de R$ 300 a R$ 400 o m² (metro quadrado), um box de 5m² quadrados saía por R$ 2 mil”.
Requerimento
Os vereadores também aprovaram um requerimento que trata da incineração de produtos piratas e falsificados apreendidos durante operações realizadas pela CPI da Pirataria. Segundo Camilo Cristófaro, são 10 toneladas de mercadorias que estão armazenadas em um galpão na região central da cidade. “Contamos com a presença de um procurador da Casa e de um membro da CPI porque tivemos 1.200 sacos furtados da Subprefeitura da Mooca e não podemos arriscar, principalmente neste final de ano quando o crime aumenta. Já se passaram mais de 90 dias da apreensão e a legislação libera após 1 mês”.
A reunião foi conduzida pelo presidente da CPI da Pirataria, vereador Camilo Cristófaro (AVANTE). Também participaram o vice-presidente da Comissão, vereador Adilson Amadeu (UNIÃO), e o vereador Gilson Barreto (PSDB). A íntegra dos trabalhos está disponível aqui.
A CPI da Pirataria
A CPI da Pirataria tem como objetivo analisar e investigar a evasão fiscal, a sonegação, a pirataria e a falsificação na cidade de São Paulo. Além de fiscalizar a comercialização de produtos piratas na capital paulista, a Comissão também vai investigar empresas por suposta evasão fiscal.