Luiz França/CMSP
O ex-preso político Emílio Ivo Ulrich revelou durante depoimento à Comissão da Verdade “Vladimir Herzog” da Câmara Municipal que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi – centro de repressão do Exército durante a ditadura -, determinava a intensidade das torturas de cada um dos que estavam detidos.
Ex-integrante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), ele foi preso na década de 70 por ser contra o regime militar.
Durante o relato, Ulrich contou que em uma das torturas apanhou por mais de quatro horas seguidas. “Eles me amarraram em um pau de arara e começaram a me bater. Depois me mandaram para a ‘cadeira do dragão’ e próximo a ela tinham todos os equipamentos de tortura para bater em pessoas, como fios elétricos, paus, coleira e borrachas. Eu não aguentava mais e cheguei a vomitar, urinar e defecar. E quando isso acontecia, eu apanhava ainda mais porque os torturadores reclamavam que eu estava sujando a sala de trabalho deles”, lembrou.
(12/11/2013 – 12h37 -atualizado às 14h10)