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Ex-preso afirma que coronel Ustra ordenava e participava de torturas

12 de novembro de 2013 - 14:44

Luiz França/CMSP
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O ex-preso político Emílio Ivo Ulrich revelou durante depoimento à Comissão da Verdade “Vladimir Herzog” da Câmara Municipal que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi – centro de repressão do Exército durante a ditadura -, determinava a intensidade das torturas de cada um dos que estavam detidos.

 Ex-integrante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), ele foi preso na década de 70 por ser contra o regime militar.

Durante o relato, Ulrich contou que em uma das torturas apanhou por mais de quatro horas seguidas. “Eles me amarraram em um pau de arara e começaram a me bater. Depois me mandaram para a ‘cadeira do dragão’ e próximo a ela tinham todos os equipamentos de tortura para bater em pessoas, como fios elétricos, paus, coleira e borrachas. Eu não aguentava mais e cheguei a vomitar, urinar e defecar. E quando isso acontecia, eu apanhava ainda mais porque os torturadores reclamavam que eu estava sujando a sala de trabalho deles”, lembrou.  COMISSAO_DA_VERDADE-12112013-FRANCA-03127-72ABRE

O ex-preso ainda contou que por não conseguir andar, colocaram uma coleira nele e o carcereiro “Risadinha” o levou até o chuveiro. “O Ulstra, que entrava e saia da sala e determinava a intensidade da agressão, viu que eu não estava mais aguentando e mandou que me dessem um banho para que eu me recuperasse para voltar para essa sala de torturas”, acrescentou.

Ao relembrar as agressões, Ulrich destacou que  aqueles que passam por essa situação jamais se esquecem. “As marcas da tortura não podem ser apagadas, até hoje sofro por ter passado por isso.”
O depoimento de Ulrich, para o presidente da Comissão da Verdade, vereador Natalini (PV), foi fundamental para ajudar nas investigações. “Ele revelou mais nomes de torturadores e delegados que, com certeza, vamos convidar para prestar esclarecimentos”, adiantou. “Mais um relato que corrobora a tese de que tortura é um crime imprescritivel, entender a tortura não temos condições. Foram fatos deprimentes cometidos pelo regime
militar”, disse.

(12/11/2013 – 12h37 -atualizado às 14h10)

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