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Ex-preso político explica funcionamento do SNI

22 de outubro de 2013 - 14:27

Luiz França/CMSP
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Ivan Seixas, ex-preso político e consultor da Comissão Estadual da Verdade, rejeita a expressão porões da ditadura. Utilizada para se falar das torturas que ocorreram durante o regime militar, não refletem como se deram os acontecimentos, de forma ostensivamente pública, diz ele.

Seixas explicou que a estrutura era fortemente hierárquica e todos os níveis sabiam das ações dos órgãos de repressão. O SNI (Serviço Nacional de Informações), órgão central, se reportava diretamente à Presidência: Era o centralizador e de planejamento, resumiu Seixas.

Ele também falou, nesta terça-feira (22/10), do desaparecimento de Rubens Paiva, político desaparecido em 1971. Foi um acerto de contas por ele ter denunciado o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática). IBAD era uma instituição militar fechada pouco antes de 1964, após denúncias de Paiva de desvio de dinheiro. Ao lado do IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais), esses órgãos foram os mecanismos que os militares utilizaram para estruturar o golpe. 

 Golpe Militar foi o crime que deu início a todos os outros COMISSAO_DA_VERDADE-22102013-FRANCA-00010-72_CAPA

Além dele, esteve presente na reunião Carlos Eugênio da Paz, o Clemente, que participou da luta armada da Ação Libertadora Nacional (ALN), na qual também atuou Carlos Marighella. Clemente é o único comandante da organização que permanece vivo.O contato com Marighella, ele disse, mudou sua vida. Era um ex-preso, deputado federal de um mandato interessantíssimo, escutando um garoto, lembrou, do período em que iniciou a militância, aos 15 anos de idade.

Para Clemente, as ações da ALN e toda a luta armada precisam ser analisadas à luz do que o país vivia na época. Se vocês pensarem com a cabeça de hoje sobre o que acontecia no meio de uma guerra, vão considerar tudo um erro, só que aconteceu uma luta armada, guerra é guerra, ponderou, falando inclusive dos justiçamentos, execuções de militantes pelo próprio grupo.

Carlos Eugênio também é cuidadoso ao falar dos militares. Isso porque, ele diz, o golpe foi feito pelo alto escalão do exército. Temos que voltar a ter a imagem do militar como a do pracinha que lutou contra fascismo na Segunda Guerra, não daqueles que foram comprados para mudar de lado, completou, lembrando que chegou a servir o exército no Forte de Copacabana, passando inclusive por treinamentos anti-guerrilha para repassar as informações para Marighella.

Clemente defende que, mais importante do que contabilizar as vítimas da ditadura, é preciso responsabilizar a direita pelo golpe e todos os outros crimes. O golpe foi o crime que deu início a todos os outros, ressaltou.

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(22/10/2013 – 12h15- atualizado às 13h57)

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