O ex-secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, prestou depoimento nesta quarta-feira (3/8) à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instalada na Câmara Municipal de São Paulo para investigar irregularidades na gestão do Theatro Municipal.
Questionado sobre os desvios de recursos da área da cultura por meio da Fundação do Theatro Municipal, Ferreira garantiu que ele e o prefeito Fernando Haddad não tinham conhecimento do que ocorria. “Fiquei sabendo pelo jornal, me surpreendi porque houve uma quebra de confiança”, argumentou, referindo-se ao ex-diretor da instituição, José Luiz Herência, um dos delatores do esquema de fraude ao Ministério Público.
Para o ex-secretário, há falhas no sistema de fiscalização. “Se é possível falsificar notas, superfaturar e desviar parte do dinheiro para contas pessoais, é evidente que alguma coisa falhou. Precisamos evoluir nos mecanismos de controle”, disse.
O depoente foi secretário de Cultura entre janeiro de 2013 e outubro de 2014, período em que foi criada a Fundação responsável por administrar o Theatro Municipal.
O presidente da CPI, vereador Quito Formiga (PSDB), achou importante o depoimento de Ferreira. “Acho que ele está sendo sincero e pretendemos apresentar no relatório dos trabalhos uma nova forma para administrar os contratos de gestão da prefeitura”, explicou.
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, vereador Alfredinho (PT), pretende sugerir medidas para aumentar a fiscalização. “O objetivo da comissão não é apenas investigar, mas queremos melhorar a forma de gestão do Theatro e apresentar propostas para melhorar a gestão pública”, disse.
Requerimento
A CPI aprovou o pedido do relator do colegiado, vereador Alfredinho (PT), para a reapreciação de requerimentos para a quebra de sigilo bancário de alguns investigados e citados em depoimento por Herência.