Desde o momento em que o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciou que faria testes de fechamento na avenida Paulista para automóveis aos domingos visando o lazer, outro assunto voltou à tona na cidade de São Paulo: o fechamento de outras vias com o mesmo objetivo. Muito tem se discutido a respeito da viabilidade e necessidade.
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Para a urbanista Ermínia Maricato, é muito importante e muito útil o fechamento de vias para automóveis. “Se você parar e medir na cidade a quantidade de obras feitas para os carros, percebemos que eles têm um espaço absurdo na sociedade. Fechar as ruas para os automóveis é uma forma de tentar recuperar o espaço dos pedestres na cidade. A prioridade em uma cidade deve obedecer a seguinte ordem: pedestres, ciclistas, meios de transporte público e por último os automóveis.”
Durante os anos 70, a falta de áreas de lazer na capital paulista fez surgir uma iniciativa chamada “Ruas de Lazer”, que era promovida pela Secretaria de Esportes do Município. Vias e praças escolhidas eram fechadas com cavaletes e o asfalto era ocupado por crianças e adolescentes com os seus carrinhos de rolimã, skates, suas bicicletas e bolas de futebol. A prefeitura fornecia o material e a organização das atividades era de responsabilidade da associação de moradores. Atualmente, o programa ainda contempla mais de mil ruas. Uma delas é a Guaianases, no centro da cidade.
O fechamento da Paulista está dentro de um novo programa da prefeitura, o “Ruas Abertas”, que prevê a restrição entre 10h e 17h de veículos em algumas vias aos domingos para que elas sejam usadas somente por pedestres e ciclistas. O fechamento de vias também está sendo debatido na Câmara Municipal de São Paulo. Um projeto (PL 594/2013) do ex-vereador e atual secretário de Cultura, Nabil Bonduki, prevê que logradouros sejam abertos para pedestres durante 24 horas.
“A rua é um espaço público, mas aqui em São Paulo os carros se acham os donos delas. Seria muito bom se nessas ruas que poderão ser fechadas tivessem instrutores para promover atividades esportivas e de recreação para as crianças. Muito se fala que hoje a criançada vive dentro de casa. A primeira condição para mudar esse hábito é criar um espaço para elas”, afirma Ermínia.
Espaço este que a ONG Ação Educativa encontrou há alguns anos e atualmente mobiliza mais de 300 jovens nas periferias da capital paulista. Partindo de um projeto criado por uma fundação argentina, que trabalha o futebol jogado nas ruas, meninas e meninos realizam partidas onde eles mesmos definem as regras e depois discutem o resultado da partida, trabalhando assim noções de cidadania.
Nesta semana, o Portal da Câmara Municipal publicará uma série de reportagem sobre a apropriação das ruas pela população para o lazer.
Sou contra a intervenção na Av. Paulista…assim como em todas outras ruas… lazer e outros eventos devem ser realizados em lugares próprios…parques, praças, céus, parque da juventude, clubes municipais e sambódromo. Fico preocupada…nas ruas de “lazer”…lazer de quem…de cidadãos que trabalham a semana inteira e pensam em descansar e curtir o domingo sossegado em sua residência e nem isso consegue…a algazarra, muitas vezes…não lhes da a chance se quer de ouvir um programa de TV…não esquecendo dos bebês, idosos e adoentados que necessitam de sossego e não tem como…nas suas próprias residências.
Eu sou totalmente a favor da “Abertura das Ruas para as pessoas”, estive presente nas aberturas da Av. Paulista e o que vi, foi muita gente ocupando o espaço público e utilizando o mesmo para trazer benefícios para si e para a sociedade, as pessoas tiveram o acesso ao lazer, a saúde, a cultura e aproveitaram para conhecer o entorno e a sociedade.
Se esta mesma realidade, for possível ser levada para os bairros carentes onde podemos ter ruas abertas as pessoas que ofereçam estas mesmas qualidades, só teremos a ganhar como sociedade.
Participe da reunião da Rua aberta da sua Subprefeitura, vamos ampliar esta ação para todas as subprefeituras e bairros.