A campanha Fevereiro Laranja do Inca (Instituto Nacional do Câncer) conscientiza sobre o diagnóstico da leucemia e a importância da doação de medula óssea, onde o sangue é produzido, para a recuperação dos pacientes.
De acordo com a oncologista e coordenadora do serviço de oncologia do Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho, dra. Silvia Graziani, é relativamente simples de se obter o diagnóstico. “A leucemia é o câncer das células de sangue e o diagnóstico é feito pelo hemograma, exame disponível em qualquer Unidade Básica de Saúde ou de Pronto Atendimento”, destaca.
Silvia explica que o hemograma de um paciente com leucemia mostra um aumento expressivo dos leucócitos e a presença de blastos que são as células neoplásicas (cancerígenas). O conjunto de sintomas incluem cansaço, queda da imunidade que vai deixar a pessoa mais suscetível a infecções, hematomas pelo corpo e sangramentos espontâneos, como o sangramento da gengiva ao escovar os dentes e febre em alguns casos. “É importante observar se a criança fica cansada ao fazer o menor esforço, se desenvolve anemia. Normalmente são os professores que sinalizam esta situação”, comenta a oncologista.
Quanto aos tipos da doença, há leucemias agudas, que afetam pessoas mais jovens e crônicas, que acometem pacientes com mais idade e ainda leucemias linfocíticas e não linfocíticas, antigamente classificadas como mielocíticas. Conforme a dra. Silvia, são doenças graves que precisam de um tratamento imediato de quimioterapia por indução. “Geralmente os pacientes respondem muito bem ao tratamento e vão precisar de transplante de medula óssea”, pondera.
São duas possibilidades de transplante: o alogênico, com a medula óssea do doador compatível, e autólogo, quando é captado o material do próprio paciente em remissão completa. Existe um banco mundial de cadastro de doadores chamado Redome.
A dra. Silvia Graziani explica que a doação é espontânea e quem deseja doar deve procurar um banco de sangue para fazer o cadastro e realizar exames para verificar se pode doar. O doador deve ter entre 15 e 35 anos e a partir do cadastro quando houver alguém compatível ele será chamado para a doação de medula óssea que requer internação e captação. O doador fica internado um dia e no dia seguinte tem alta, pois a captação é feita por pulsão óssea.
“A chance de cura é alta, muitas pessoas tiveram leucemia na infância e tem uma vida adulta absolutamente normal. Tem algumas leucemias que são mais complicadas, com subtipo mais agressivo que respondem menos ao tratamento, mas a frequência é muito menor. Então hoje a leucemia é considerada uma doença curável, inclusive o código no SUS de quimioterapia da leucemia é de doença controlável e curável”, assegura.