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Finados tem ato em memória a desaparecidos na ditadura

4 de novembro de 2013 - 19:13

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RenattodSousa / CMSP
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Uma ato ecumênico em memória aos mortos e desaparecidos na ditadura militar, realizado cemitério do Araçá, na Capital, marcou o Dia de Finado neste sábado (2).

O local reúne aproximadamente mil ossadas encontradas em 1990, numa vala clandestina no cemitério Dom Bosco, em Perus. À época, a descoberta fez com que a Câmara Municipal instalasse uma CPI para investigar o caso.

Durante o resto do meu governo nós conseguimos que a Unicamp identificasse, através de pesquisa, oito corpos que foram devolvidos aos familiares e que eram de pessoas desaparecidas da época da ditadura. Mas restam ainda muitos outros. Eram 1.049 ossadas. É inaceitável e temos que exigir dos governantes que criem condições materiais, financeiras e políticas para que se complete essa investigação, disse a deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSB).

E foi em memória desses mortos que representantes de diversas crenças celebraram no sábado um ato inter-religioso, com a presença do cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, e de várias autoridades políticas e familiares de desaparecidos políticos.

Há indícios de que parte desses ossos pertençam a ex-presos políticos que foram assassinados pela ditadura, e cujos corpos foram sepultados clandestinamente.Estamos aqui para exigir que o poder público cumpra seu papel de identificação, disse Anivaldo Padilha, ex-preso político e integrante da Comissão Nacional da Verdade.

Presente ao ato, o vereador Natalini (PV), que preside a Comissão da Verdade da Câmara, lembrou que os trabalhos de identificação devem continuar. Estamos aqui não só para reverenciar a memória dessas pessoas, que foram vítimas dessa situação, mas para deixar claro que o trabalho de identificação vai continuar, disse.

CEMMIT-ARACA-DESTRUICAO-MONUMENTOS-3112013-RenattodSousa__6420-72-3O deputado Estadual Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão Estadual da Verdade, disse que o Estado brasileiro deve uma satisfação ao povo. O Estado deveria publicar uma lista de todos os desaparecidos políticos e onde eles foram enterrados. Não é possível que passados 50 anos do golpe o povo brasileiro ainda tenha que ficar olhando pelo buraco da fechadura da história, disse.

Durante a cerimônia, foi encenada uma condensação da peça Antígona, de Sófocles, um clássico da tragédia grega que trata justamente do dever e do respeito de sepultar os mortos.

Na madrugada de domingo (3), horas antes de ser inaugurada a obra Penetrável Genet, de Celso Sim e Anna Ferrari — que integra a 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, exposta no ossário geral do cemitério Araça, vândalos invadiram o local, picharam e destruíram parcialmente a obra e espalharam três sacos de ossos. O caso foi registrado no 91º DP.

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(04/11/2013 – 18h17)

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