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Fórum discute protocolo único para atender vítimas de violência

Por: - DA REDAÇÃO

23 de junho de 2016 - 19:04

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Em fórum promovido pelo vereador Calvo (PMDB), na tarde desta quinta-feira (23/06), especialistas discutiram a criação de um protocolo universal de atendimento às pessoas vítimas de violência. A intenção é fazer com que os procedimentos a serem oferecidos pelo município a quem sofre agressão ocorram paralelamente e em sintonia.

De acordo com Elaine Aparecida Lorenzato, psicóloga que atua na Secretaria Municipal de Saúde, a pasta já tem um protocolo de atenção integral à saúde das pessoas em situação de violência, no entanto, trata-se de um protocolo interno da rede. Elaine afirma que seria muito importante pensar nessa questão da integralidade, e que a formação de um comitê intersetorial, intersecretarial, favoreceria muito o trabalho.

“O indivíduo tem várias dimensões que necessitam de cuidados, ainda mais quando se fala em questões de violência. No geral, as questões de violência não se esgotam em uma dimensão. Sempre quando você vai atender um caso de violência tem dimensões que envolvem área social, saúde, muitas vezes até habitação, segurança, então com certeza, a integração entre os diversos setores, inclusive da sociedade civil, seria muito importante para as questões de violência”, pontuou.

Paulo Sérgio Calvo, psiquiatra forense do Instituto Médico Criminalista de São Paulo, explicou que a pessoa vítima de violência sofre uma série de sentimentos, tais como raiva, solidão e culpa. Isso tudo, aliado às lesões físicas, podem acarretar muitos problemas e o tratamento deve ser realizado em diversas esferas.

“A abordagem direta de multiprofissional, já no momento, além de minimizar as consequências, as sequelas do trauma em si, ainda proporcionaria uma garantia de que essas pessoas pudessem desenvolver uma confiança, uma segurança que daria um bom prognóstico. Por isso, é muito interessante que se atue numa abordagem médica clínica, psiquiatra, enfermagem, psicóloga e de assistência social, exatamente para que se dê um suporte global à vítima”, disse.

O vereador Calvo, proponente do fórum, entende que a proposta de um protocolo único é urgente e que a ideia pode até se tornar projeto de lei e, futuramente, tramitar na Casa para análise dos demais parlamentares.

“É o nosso intuito, inclusive, com dotação orçamentária, com políticas desenvolvidas pela municipalidade. É necessário que haja uma lei. É claro que qualquer secretaria pode fazer, dentro da sua competência, inovações em assistência para o munícipe, mas uma ação multidisciplinar e intersecretarial precisa ter esse ponto de encontro, essa intersecção”, afirmou Calvo. Outro parlamentar que prestigiou o evento foi Ari Friedenbach (PHS).

“A gente não pode ter ações separadas e a gente vê muitas vezes isso acontecendo na esfera do Executivo, do Legislativo, ações que não conversam, mas que muitas vezes se completam”, disse Friedenbach.

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