Em reunião nesta terça-feira (8/10), a Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara Municipal de São Paulo discutiu a gestão pública participativa e as infraestruturas verdes e azuis da capital, um debate sobre a criação de um Plano Diretor Popular com foco em pautas socioambientais, como explicou Natália Chaves, uma das lideranças do coletivo.
“O nome de nosso evento que fala da gestão urbana participativa é sobre uma participação concreta e real na elaboração das políticas da cidade com projetos de drenagem que utilizam recursos de uma forma sustentável”, disse a integrante da Frente, que é presidida pela vereadora Silvia da Bancada Feminista (PSOL).
Entre os temas debatidos, destaque para os desafios da integração de políticas ambientais na gestão pública com foco nas barreiras institucionais e culturais, da implementação de infraestrutura urbana sustentável e a relevância da drenagem sustentável para a resiliência urbana.
A rodada de debates foi dirigida por Rafael Sampaio, arquiteto e urbanista. Sampaio que também é ambientalista falou sobre a urgência da participação política da sociedade civil em pautas ambientais.
“A gente precisa aproveitar todo esse investimento que temos na gestão humana participativa para educar e incluir as pessoas no debate sobre o meio ambiente. A gente não tem projeto urbano recente na capital, é preciso fazer esses projetos por meio da gestão urbana participativa qualificada”, explicou Rafael.
Praça das Nascentes
O projeto da Praça das Nascentes foi um exemplo trazido como uma iniciativa ecológica urbana comunitária. Desde 2014, o coletivo Ocupe e Abrace batalha pela proteção da praça Homero Silva, na rua André Casado, na Pompeia, zona oeste de São Paulo, onde existem oito nascentes do córrego Água Preta, num espaço verde com 12 mil metros quadrados. A praça estava em risco porque o terreno vizinho seria ocupado por um prédio. Em agosto de 2021, saiu uma liminar proibindo a construção.
O tema foi abordado por Lu Cury, arquiteta urbanista e ativista ecológica. “De lá para cá muita coisa aconteceu. Nós conseguimos devolver o espaço da praça para o bairro. Hoje o espaço é frequentado por crianças, idosos e outros moradores. Por isso, não queremos nenhum empreendimento que prejudique nosso oásis”, observou a arquiteta.
Drenagem sustentável
Já o especialista em drenagem sustentável, Paulo Pellegrino falou sobre drenagem sustentável, Educação ambiental e recorte territorial com paisagens fluviais, que sempre foram características da cidade de São Paulo.
De acordo com o arquiteto, a presença do concreto deve ser aceita apenas onde seja necessário para trabalhar no reequilíbrio entre as áreas pavimentadas e construídas e as vegetações permeadas de solo e água em toda a malha urbana do município.
“Nós estamos em uma situação de conflitos com as águas. Durante um período do ano temos água em excesso, com enchentes e alagamentos e em outra época do ano enfrentamos períodos de seca. Ou seja, o modelo pelo qual organizamos as águas da cidade não está sendo muito funcional, por isso, precisamos buscar outras alternativas”, observou o especialista.
Confira no vídeo abaixo a íntegra da reunião.