Lucas Bassi | REDE CÂMARA SP Em reunião, realizada nesta terça-feira (25/3), a Frente Parlamentar em Defesa do Carnaval de Rua, apresentou um balanço dos desfiles dos blocos na capital paulista este ano. O objetivo do encontro, coordenado pela vereadora Silvia da Bancada Feminista (PSOL), foi avaliar os pontos positivos e negativos levantados durante a festa em São Paulo.
“Hoje nós viemos aqui, principalmente, para ouvir como foi o carnaval para os blocos, porque o carnaval para a SPTuris foi tudo lindo e maravilhoso, mas a gente agora quer saber dos blocos de carnaval, que é quem faz o carnaval acontecer, como é que foi? Os que não puderam vir hoje vão responder questionários e a gente vai, a partir disso, elaborar um relatório e entregar para a SPTuris”, destacou a vereadora Silvia.
A reunião contou com a participação de representantes de blocos que desfilaram no carnaval de rua de São Paulo em 2025. Integrante do Coletivo “Arrastão dos Blocos”, que reúne hoje 69 blocos de rua da capital, Lira Alli questionou os números apresentados pela Prefeitura no pós-carnaval e defendeu a ampliação do horário da festa.
“A narrativa que a Prefeitura constrói, é uma narrativa que a gente questiona. Isso de dizer que é o maior carnaval de rua do Brasil a gente acha que é coisa de gente que precisa se autoafirmar muito porque, pode até ser maior em quantidade, e a gente questiona um pouco os números, mas a gente questiona principalmente a duração porque ser grande e não saber usar direito e acabar rápido é muito triste, porque a gente não consegue se divertir até o fim da nossa liberdade. Seis horas da tarde é muito cedo para acabar o carnaval de rua. Isso, eu acho que é uma das questões centrais”, pontuou Lira.
Representando o Bloco Ritaleena, a musicista Alessa Camarinha disse que, mesmos nos pontos positivos, ainda é preciso avançar por melhorias. “Acho que a gente, em 2025, teve uma predisposição maior ao diálogo com a SPTuris e isso foi positivo. Agora, o quanto isso foi efetivo, isso ainda está em questão. A gente também teve bastante avanço na política de água, que era uma demanda muito grande do movimento do carnaval e essa pauta já está praticamente consolidada. Todo mundo sabe que tem que ter água no carnaval, mas a gente teve pontos de hidratação em alguns circuitos, isso precisa ser ampliado e a gente também precisa incorporar as outras pautas da emergência climática dentro do carnaval para além da água.”
Convidada para a discussão, a vereadora Marina Bragante (REDE) disse que a reunião desta terça-feira foi um pontapé inicial para que, este ano, a organização e os acordos para o Carnaval 2026 comece mais cedo na maior cidade do país. “A Prefeitura tem um olhar pro Anhembi e para os mega blocos, mas os blocos, os pequenos, os médios e os grandes são muito importantes para a cidade. Esse trabalho vem dessa Frente, que pode escutar eles e construir com a Prefeitura um carnaval que seja bom para todo mundo mesmo, principalmente, para os blocos pequenos que são fundamentais para a nossa cidade”, opinou a parlamentar.
A Frente
Instituída em junho de 2022, por meio da Resolução nº 3/2022, a Frente Parlamentar em Defesa do Carnaval de Rua tem como objetivo de traçar um diagnóstico acerca dos impactos da pandemia sobre o setor carnavalesco e um planejamento estratégico de sua reorganização, tanto no sentido de recuperar os prejuízos da paralisação quanto no resguardo da identidade da nossa cultura popular, indispensável patrimônio público da cidade materializado nas manifestações dos blocos de rua.
A íntegra da reunião desta terça-feira pode ser conferida no vídeo abaixo:
