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Frente Parlamentar em Defesa do Carnaval de Rua ouve demandas de representantes de blocos

Por: HELOISE HAMADA - DA REDAÇÃO

19 de dezembro de 2022 - 21:19

A Frente Parlamentar em Defesa do Carnaval de Rua realizou, nesta segunda-feira (19/12), a sua primeira reunião. Parlamentares e representantes de blocos de rua participaram do encontro, com objetivo de expor demandas, dificuldades e pedir mais diálogo com o Poder Público e mais participação na organização do evento no ano que vem.

Conforme a Frente Parlamentar, o Carnaval de 2023 vai ser o primeiro organizado pela Prefeitura, depois do início da pandemia de Covid-19, já que este ano não houve oficialmente a saída dos blocos.

“O objetivo da Frente Parlamentar é a defesa do carnaval de rua de São Paulo. A ideia é organizar todos os blocos, todas as intervenções culturais que acontecem no carnaval de rua para que seja, de fato, algo feito com representantes da cultura popular da cidade”, explicou a vereadora Silvia da Bancada Feminista (PSOL), que conduziu a reunião e é uma das autoras do PR (Projeto de Resolução) 6/2022, que criou o grupo.

A vereadora Juliana Cardoso (PT) ressaltou que o carnaval precisa ser amplo e não pode ser fechado. “Em todos os lugares da nossa cidade tem alguém que quer fazer um bloco de carnaval ou fazer alguma brincadeira no carnaval. Agora, a forma como está sendo colocada desorganiza, apesar de aparentemente burocratizar. Ela coloca o carnaval em horários fechados como nunca aconteceu na cidade de São Paulo”, disse.

Ela ainda comentou que o grupo vai abrir um diálogo com os governos municipal e estadual. “Isso para que a gente possa deixar a festa popular mais conhecida no Brasil e internacionalmente evoluir de uma forma que a segurança venha para acolher os foliões, e não para poder amedrontar”, relatou Juliana Cardoso (PT).

Já a vereadora Luana Alves (PSOL) salientou que nesta gestão municipal o “carnaval de rua está sendo esquecido e atacado para priorizar um modelo de carnaval mais privatizado”. A parlamentar também pontuou que “tem que dar todo apoio para as escolas de samba, aos grandes carnavais. Mas tem uma característica do carnaval que são os blocos de rua, bloco comunitário, bloco de bairro, que não precisam pagar uma autorização, que acontecem de uma forma muito autônoma naquele bairro, e óbvio que precisam ser valorizados. Hoje a gente vê um retrocesso dos carnavais de rua e a gente quer tentar mudar isso”.

Representantes de diversos blocos de rua da cidade participaram de forma presencial e virtualmente. Em geral, eles pediram mais diálogo com o Poder Público e mais participação na organização do carnaval do ano que vem. “A gente está vindo aqui na Câmara dos Vereadores acreditando que através do Legislativo a gente vai, finalmente, conseguir uma interlocução para que o Poder Executivo e a Secretaria Municipal de Cultura escutem a demanda dos blocos. A gente tem muita pressa para resolver as questões do Carnaval 2023, a gente tem muitas demandas, e a Secretaria de Cultura fez escolhas péssimas na relação com os blocos de rua”, falou a representante do Arrastão dos Blocos, Lira Alli.

A representante da Comissão Feminina de Carnaval de Rua afirmou que, com a Frente Parlamentar, “pela primeira vez haverá um diálogo diferente” com o Poder Público. “Esse diálogo vai ser feito diretamente da Câmara dos Vereadores com a Secretaria Municipal de Cultura. Eu acho que isso é muito positivo porque a gente, infelizmente, não consegue avançar na organização, a gente entende que a Secretaria Municipal de Cultura não está interessada, mas isso vai mudar a partir de 2023”.

A reunião pode ser conferida na íntegra aqui.

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