A Frente Parlamentar pela Sustentabilidade da Câmara Municipal de São Paulo realizou nesta quinta-feira (7/5) um debate sobre os desafios na reciclagem de entulho – resíduo gerado pelas atividades de construção civil ou de reforma- no município. Entre os principais problemas sinalizados pelos participantes, está a falta de fiscalização.
De acordo com a legislação, é proibido a deposição de entulho em vias e logradouros públicos e cada imóvel gerador pode encaminhar o máximo de 50 kg de resíduo por dia para ser recolhido pela prefeitura por meio da coleta domiciliar convencional. Os Ecopontos – unidades para o descarte gratuito de entulho, madeiras, podas de árvores e objetos grandes – também são uma opção oferecida pelo poder público para que o lixo não seja descartado na natureza.
O gerente de planejamento da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), Tadeu Dias Pais, revelou que não existem dados sobre o volume de entulhos produzidos em São Paulo. “Não há registro na origem do material e deveria ter um instrumento para contabilizar isso, desde a planta do imóvel e a previsão de quanto será produzido de entulho”, afirmou.
A reutilização do resíduo gerado pelas atividades de construção civil seria uma das soluções para evitar que o material fosse descartado na natureza e ainda ajudaria a aumentar a vida útil dos aterros sanitários. Algumas empresas, construtoras e empreendedores já fazem isso. É o caso da Sabesp, que desde 2005 utiliza material reciclado de entulho principalmente para construção de redes de água e esgoto. “Areia e brita são os principais produtos utilizados para serem colocados, por exemplo, em vala das obras das adutoras e para fazer concreto não estrutural”, explicou o engenheiro de empreendimento de grande porte da companhia, Maurício Izidoro.
O presidente da Frente, vereador Natalini (PV), gostou da discussão e sinalizou que os debates devem continuar. “A prefeitura não sabe quanto é produzido de entulho, isso é um problema. Porque uma grande parte é jogado na natureza. É necessário ter reciclagem desse entulho para que ele seja reutilizado. O poder público, juntamente com a sociedade, deve continuar esse debate”, disse.