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Furto de fios na Grande SP foi superior a 1000% nos últimos 5 anos, diz Enel em CPI

Por: EMANUEL BELMIRO
DA REDAÇÃO

18 de maio de 2023 - 14:16
Richard Lourenço | REDE CÂMARA SP

Representantes da Enel participaram nesta quinta-feira (18/5) da segunda reunião ordinária da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Furtos de Fios e Cabos. O gerente de redes subterrâneas, Danilo Lira, e o especialista institucional da Enel, Danillo Sene, apresentaram aos vereadores informações sobre o crime de furtos de fios e cabos de cobres na Grande São Paulo que, segundo a concessionária de energia elétrica, teve um aumento exponencial superior a 1000% nas ocorrências no período de 2018 a 2022.

De acordo com os dados apresentados pela Enel, somente de 2021 a 2022, as ocorrências do furto de fios e cabos de cobre aumentaram mais de 121%. No ano passado, o número total de ocorrências deste crime foi 14.168. Este ano, até o mês de abril, a empresa já contabilizou 3.886 ocorrências, número que já é 53% maior do que a quantidade de registros do crime feitos em todo o ano de 2020.

Danilo Lira, gerente de redes subterrâneas da Enel, explicou aos vereadores da CPI o que a empresa tem feito nos últimos anos para tentar coibir os crimes de furtos de fios e cabos na Grande São Paulo. “A Enel tem investido numa série de tecnologias para supervisionar os nossos equipamentos, implantação de alarmes, monitoramento de forma remota para que a gente consiga apanhar esses criminosos em flagrante. Até porque nós contabilizamos um prejuízo de mais de R$ 5 milhões com esses furtos de cobre somente nos últimos três anos”, revelou ele.

Com relação à receptação do cobre, que é roubado e vendido, em sua maioria, a ferros velhos, Danilo Lira afirmou que a empresa tem mantido uma parceria com o Poder Público e a Polícia Militar na identificação desses estabelecimentos e tomado as devidas providências. “A gente entende que muitas vezes a pessoas que está furtando o material é apenas um instrumento e por isso precisamos coibir mesmo aqueles que compram esses cabos furtados. Até porque se não tiver quem compra, nem tem quem vende. Esse é um ponto que a gente vem reforçando”, afirmou Lira.

A Enel São Paulo é a segunda maior distribuidora de energia elétrica do país e desde de 2018 tem a concessão de fornecer energia para a capital paulista e outros 23 municípios que compõem a Grande São Paulo. Segundo dados apresentados pela empresa à CPI, mais de 23 milhões de clientes e mais de 8 milhões de unidades consumidoras são atendidas pela empresa somente na região. Toda essa energia é distribuída através de 43 mil km de rede, representando 10,3% da energia consumida no país. Ainda de acordo com a Enel, a concessão de serviços de energia da empresa na região segue até o ano de 2030.

O presidente da CPI, vereador Aurélio Nomura (PSDB), alertou para a dificuldade em identificar quadrilhas especializadas que, munidas de equipamentos, veículos adesivados e pessoas uniformizadas, fingem promover algum serviço na fiação elétrica, mas, na verdade, estão praticando o furto. “A Enel revelou aqui que tem o controle apenas daqueles terceirizados que prestam serviço diretamente pra ela, mas não existe esse controle em relação as empresas que promovem serviços complementares. E isso vem gerando não só o furto da fiação, mas também até assaltos a residências. Então é preciso ter esse controle e deveremos discutir isso mais a fundo na próxima reunião”, disse Nomura.

Para o relator da CPI dos Furtos de Fios, vereador Coronel Salles (PSD), ainda é cedo para ter um diagnóstico exato de onde a Enel e o Poder Público tem falhado na tentativa de coibir o furto do cobre contido nas fiações elétricas, mas o parlamentar defende que as penalidades se tornem mais rígidas para aqueles que promovem esse tipo de furto e para os que recebem esse material furtado. “É preciso que o Congresso Nacional comece a pensar numa mudança na Lei de Execução Penal com relação aos crimes de furto e no apenamento da receptação, porque é impressionante o tamanho dos prejuízos que essa prática vem gerando na nossa cidade”, ressaltou Salles.

Durante a reunião, a CPI ainda aprovou dois requerimentos convidando o coordenador do Programa Sinal Verde, o major PM (Polícia Militar) Rodrigo Garcia Vilardi, além da Sindcel (Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo) para participarem das próximas reuniões da CPI.

A reunião desta quinta-feira, que pode ser conferida na íntegra no vídeo abaixo, foi presidida pelo vereador Aurélio Nomura (PSDB) e contou com a presença dos vereadores Coronel Salles (PSD), Thammy Miranda (PL) e Eli Corrêa (UNIÃO).

 

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