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Futebol de rua: cidadania e lazer

Por: RAFAEL CARNEIRO DA CUNHA - DA REDAÇÃO

9 de outubro de 2015 - 17:58

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Chinelos, pedras ou qualquer outro objeto para demarcar o gol, uma bola que não necessariamente precisa ser redonda, uma rua e gente com vontade de jogar futebol. Está aí a combinação perfeita para uma “pelada”. De norte a sul de São Paulo ela ainda é a atividade mais praticada nas vias públicas, principalmente aquelas fechadas em determinados períodos da semana, como nas ruas de lazer da Capital.

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As peladas não estão presentes somente nas ruas da capital paulista. Por todo o país e na vizinha Argentina elas também são muito populares. Foi na periferia da cidade de Moreno, na Grande Buenos Aires, por exemplo, que nasceu um projeto baseado no futebol de rua com uma metodologia educativa. Desenvolvido pela FUDE (Fundación Futbol para Desarollo), ela propões que não haja um juiz e que as regras sejam desenvolvidas pelos próprios jogadores em acordo mútuo. O jogo é dividido em três tempos. No primeiro, as regras são estipuladas a partir de três eixos: cooperação, respeito e solidariedade. No segundo tempo, a partida é jogada e, no terceiro, os jogadores, auxiliados por um mediador, discutem o jogo e definem um vencedor.

“O mediador é aquele que facilita o processo e a proposta é muito interessante, pois trabalha a cidadania. O futebol de rua, nessa metodologia, aceita meninas e não necessariamente é jogado na rua. Mas quando isso ocorre, agrega um valor simbólico importantíssimo”, explica Eleilson Leite, coordenador na Ação Educativa, ONG que implementou essa metodologia em São Paulo.

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Vinicius Fragoso, morador do bairro do Sapopemba

Vinicius Fragoso é um dos mediadores. Morador de Sapopemba, zona leste de São Paulo, há seis meses ele está à frente do polo Romeu Montoro, que atualmente possui 40 meninos e 5 meninas, de 11 a 18 anos. Os jogos acontecem na escola de mesmo nome.

O jovem torcedor do Corinthians sempre gostou de futebol. Quando criança saía da escola direto para as peladas de rua, onde jogava normalmente na zaga. Há menos de dois anos ele conheceu o projeto Futebol Callejero, da Ação Educativa, se interessou pela proposta e se tornou mediador. O polo de Fragoso é um dos 11 espalhados pela periferia paulistana.

“Uma bola pode fazer bastante por um cidadão. Ela muda principalmente o caráter de uma pessoa”, afirma Fragoso, que é exemplo disso. Hoje, ele está no terceiro colegial e pretende cursar Educação Física na Universidade.

Nesta semana, o Portal da Câmara Municipal publica uma série de reportagem sobre a apropriação das ruas pela população para o lazer.

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