Célia Bravin
Quinta, 20 Junho 2013 18:38
CMSP sedia encontro sobre pesquisas clínicas em pessoas by Web Rádio Câmara SP9
Estudos da genética humana em relação às doenças, desenvolvimento de vacinas, inseminação in vitro e ainda efeitos colaterais e eficazes de medicamentos. Estes são alguns exemplos de estudos que podem ser realizados em pessoas.
Com o objetivo de debater a ética dessas pesquisas com o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia, o Fórum Permanente dos Membros de Comitês de Ética e Profissionais em Pesquisas do Município de São Paulo realizou uma reunião nesta quinta feira no Legislativo paulistano.
O evento teve apoio do médico e vereador Paulo Frange (PTB). Segundo o parlamentar, a burocracia faz com que o Brasil tenha atualmente cerca de 600 Projetos de Pesquisas Clínicas completamente parados. Mas, na reunião, foi anunciada a possibilidade de mudanças no tempo de espera.
No Brasil, aproximadamente 50% dos estudos clínicos do uso de medicação e tratamentos inovadores são realizados pelas 19 empresas que fazem parte da Associação Brasileira de Organização Representativa de Pesquisa Clínica. Quem garante é o vice-presidente da entidade, Vitor Harada.
Criada em dezembro de 2012 e publicada em junho deste ano, a Resolução 466 também foi abordada no encontro. Entre as novas normas determinadas por ela, as pessoas saudáveis também podem ser submentidas a testes de bioequivalência dos medicamentos para que os genéricos possam ser legalizados ou não. O coordenador do Conselho Nacional de Ética e Pesquisa (CONEP), Jorge Venâncio, explicou as vantagens dessa decisão.
Jorge Venâncio também afirmou que a Resolução vai viabilizar os projetos prioritários para o bom funcionamento do Sistema Único de Saúde no Brasil. Segundo ele, hoje o SUS apresenta um déficit comercial, por isso tem que importar medicamentos, insumos e equipamentos.
A coordenadora de Pesquisas da Clínica da Indústria Farmacêutica LIBBS, Adriana Barros, comemorou as mudanças, mas de acordo com ela é fundamental que o tempo médio para a aprovação dos Projetos de Estudos no Brasil, que hoje é de até um ano, passe para quatro meses, como ocorre em outros países. A demora, segundo ela, pode levar alguns pacientes à morte.
O encontro foi realiado no Salão Nobre da Câmara Municipal e contou com a presença de médicos, biomédicos, pesquisadores, representantes de indústrias farmacêuticas, hospitais e entidades do município de São Paulo que desenvolvem pesquisas clínicas em pessoas.