Ericka Perestrelo
Terça, 25 Março 2014 15:49
Delegado acusado de tortura desiste de depor à Comissão da Verdade by Web Radio Câmara SP
O delegado de polícia Dirceu Gravina, denunciado como torturador e assassino de presos políticos no Doi-Codi durante a Ditadura Militar, foi convidado para depor na Comissão da Verdade Vladimir Herzog, na Câmara Municipal de São Paulo, nesta terça-feira.
Gravina, na época conhecido como Jesus Cristo, saiu de Presidente Prudente e veio até a entrada da Câmara Municipal, mas desistiu e foi embora sem prestar depoimento.
De acordo com o vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da comissão, Dirceu Gravina solicitou que a reunião fosse fechada.
O parlamentar explicou que a comissão vai manter a metodologia dos depoimentos e que o próximo passo será a convocação por meio da Comissão Nacional da Verdade.
Na reunião desta terça-feira, a Comissão Municipal da Verdade, ouviu o depoimento da advogada Rita Sipahi e da socióloga Lenira Machado, ambas pertencentes ao Partido Revolucionário Trabalhista e torturadas pelo delegado Gravina na dependências do Doi-Codi.
Rita Sipahi destacou a importância de mostrar a verdade do que aconteceu há 50 anos e identificar quem eram os torturadores.
Lenira Machado permaneceu no Doi-Codi 45 dias. Mais tarde ficou presa no Presídio Tiradentes junto com a presidente Dilma Roussef. Ela ressaltou que um país que usa a tortura como instrumento de repressão é vergonhoso e que a eleição da presidente mostra que a luta ainda continua.
A reunião foi realizada no auditório Prestes Maia. Ainda não há um prazo para que a Comissão Nacional da Verdade convoque o delegado Dirceu Gravina para responder as acusações de tortura e assassinato de presos políticos.