A primeira mesa do seminário sobre a distritalização de São Paulo, organizado pela Escola do Parlamento, fez um traçado histórico da divisão da cidade. José Donizete Cazzolato, geógrafo e pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole, lembrou as mudanças que a organização sofreu nos últimos séculos, até chegar aos 96 distritos atuais.
Segundo Cazzolato, a cidade sofreu um processo de encolhimento quando os municípios da região metropolitana foram consolidados, caso de São Bernardo do Campo, entre outros. Santo Amaro também deixou de fazer parte da cidade por um tempo, voltando a ser território paulistano em 1932, no período da Revolução Constitucionalista.
“A cidade passou a ser algo muito maior, mesmo perdendo Osasco em 1959”, explicou o geógrafo. “Em termos de população, então, nem se fala”, completou, lembrando que hoje na cidade vivem 11,3 milhões de pessoas.
A análise de Cazzolato sobre o crescimento da cidade de São Paulo é de que a configuração das regiões levou os paulistanos a construírem identidades múltiplas, de acordo com as zonas, os distritos e os bairros, que para ele são os pontos mais sensíveis da organização do espaço. “Um bairro nunca é delimitado, mas é a estrutura mais próxima do cidadão. Por isso ele precisa ser estudado, até mesmo para se chegar a um conceito”, argumentou.
O geógrafo também defende que a distritalização da cidade acompanhe as mudanças de urbanização e os fluxos migratórios da metrópole. A divisão atual, segundo ele, é satisfatória no sentido de evitar diferenças muito grandes entre a população de cada distrito. Entretanto, em cerca de dez anos ele poderá precisar de revisão.
Confira entrevista com José Donizete Cazzolato:
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(3/5/2012 – 16h15)