No início da tarde desta sexta-feira (22/1) o Governo do Estado, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, anunciou uma nova atualização do Plano São Paulo, com endurecimento das regras da quarentena em todas as regiões do Estado, inclusive na capital paulista. As medidas passam a vigorar a partir da próxima segunda-feira (25/1) e valerão, a princípio, até o dia 7 de fevereiro.
Todos os municípios paulistas estarão na fase vermelha durante a semana (de segunda a sexta-feira), das 20h às 6h. Aos finais de semana e feriados, a medida será válida durante o dia inteiro em todas as cidades. Na fase vermelha, a mais rígida do Plano SP, apenas os serviços considerados essenciais estão autorizados a funcionar.
Segundo o Governo do Estado, o aumento das restrições se deve à piora nos índices de novos casos, ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e mortes provocadas pela Covid-19 em São Paulo. “É preciso lidar com a dura realidade que a pandemia nos impõe neste momento. Uma segunda onda do novo coronavírus atingiu o mundo e os seus efeitos alcançaram também o Brasil e o Estado de São Paulo”, destacou o governador João Doria.
“A situação atual atinge um nível quase semelhante ao topo da primeira curva que nós tivemos em julho do ano passado no Estado de São Paulo, mas com um grande diferencial. Naquele momento nós tínhamos já um decréscimo da curva na Grande São Paulo, enquanto no interior observávamos um aumento da transmissão para as outras regiões. Hoje nós temos alta transmissão do vírus em todas as regiões do Estado de São Paulo, em maior ou menor intensidade”, completou o coordenador do Centro de Contingência do Covid-19, Paulo Menezes.
Na coletiva, também foi apresentada a nova reclassificação do Plano SP para todas as regiões do Estado. A cidade de São Paulo regrediu da fase amarela para a laranja – assim como as demais regiões que se encontravam nesta fase. Agora, 78% da população paulista (10 regiões) está na fase laranja, enquanto 22% (7 regiões) está na fase vermelha.
Novos leitos
Além das medidas de restrição, o Governo do Estado anunciou a reativação, a partir de 25 de fevereiro, do Hospital de Campanha de Heliópolis, na Zona Sul da capital. Com o equipamento e o incremento do sistema de saúde público paulista, a administração estadual prevê a reabertura de 450 novos leitos de enfermaria e 306 leitos de UTI para Covid-19 na região metropolitana de São Paulo.
Outras medidas adotadas são o cancelamento temporário de cirurgias eletivas; a diretriz de que nenhuma região poderá ser reclassificada para as fases amarela e verde até o dia 8 de fevereiro; e o endurecimento do parâmetro de taxa de ocupação de UTI para classificação das regiões na fase vermelha. Até hoje, a regra vigente era de 80% de ocupação de UTIs para a região estar na fase vermelha. Agora, a taxa passa a ser de 75%.
Educação
Na coletiva desta sexta-feira também foi anunciada a suspensão da obrigatoriedade da presença de alunos nas escolas públicas (municipais e estaduais) e particulares paulistas em municípios que estiverem nas fases laranja ou vermelha do Plano SP. Dessa forma, os pais que não quiserem, não precisarão mandar seus filhos presencialmente para a escola.
Apesar disso, as unidades escolares estarão abertas a partir do dia 1º de fevereiro para realizar formação com professores, comunicação com as famílias e dar apoio aos estudantes. Na rede estadual de ensino, a previsão é de que o ano letivo tenha início no dia 8 de fevereiro com aulas de forma híbrida, tanto presencial quanto pela tecnologia (à distância).
Também estiveram na coletiva Rodrigo Garcia, vice-governador e secretário estadual de Governo; Marco Vinholi, secretário estadual de Desenvolvimento Regional; João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência do Covid-19; José Medina, membro do comitê do Centro de Contingência do Covid-19; Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde; Patrícia Ellen, secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia; e Rossieli Soares, secretário estadual da Educação.
Mais sobre o coronavírus
De acordo com boletim diário desta sexta-feira (22/1) publicado pela Secretaria Municipal da Saúde sobre a pandemia do novo coronavírus, a capital paulista totaliza 16.882 vítimas da Covid-19.
Há, ainda, 542.760 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 796.308 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 766.670 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta sexta.
Em relação ao sistema público de saúde, nesta sexta-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 71,6%.
Já na última quinta, o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 41%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Ações e atitudes
Um teste rápido para Covid-19, com custo aproximado de R$ 30, foi desenvolvido por pesquisadores do IQSC (Instituto de Química de São Carlos) da USP (Universidade de São Paulo).
O dispositivo, criado para facilitar a testagem em massa no Brasil, é até cinco vezes mais barato que os testes convencionais encontrados nas farmácias, que hoje são vendidos por cerca de R$ 140. A tecnologia também será capaz de revelar se a pessoa que tomou uma determinada dose de vacina já produziu anticorpos.
O dispositivo, denominado “Teste Popular de Covid-19”, analisa uma gota de sangue retirada do paciente em busca de anticorpos que permitam detectar a doença. A estratégia empregada para baratear sua produção foi otimizar a quantidade de insumos do material e utilizar nanopartículas para a localização dos anticorpos.
Desenvolvidas no IQSC, essas nanopartículas possuem uma molécula sonda que faz o teste ficar na cor vermelha quando entra em contato com algum anticorpo. A molécula foi obtida em parceria com uma empresa brasileira de biotecnologia.
A pesquisa foi financiada pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). O teste já está pronto para produção em larga escala e passará, em breve, pela regulamentação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
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