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Governo de SP determina que Butantan substitua lotes de vacinas interditadas pela Anvisa

Por: KAMILA MARINHO - HOME OFFICE

14 de setembro de 2021 - 18:57

O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB) determinou, nesta terça-feira (14/9), que o Instituto Butantan providencie junto à biofarmacêutica Sinovac novas doses da Coronavac para substituir os lotes de vacinas que estão interditados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

As primeiras 6,9 milhões de doses serão entregues nesta quarta-feira (15/9) ao Ministério da Saúde. Elas foram produzidas pelo próprio Butantan com IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), proveniente de fábrica na China certificada pela Anvisa.

Um novo lote com 5 milhões de doses prontas chegará a São Paulo na próxima semana e também foi produzido na fábrica da Sinovac vistoriada pela Anvisa. Desta forma, haverá uma solução prática para o impasse.

O Instituto Butantan mantém uma força-tarefa em perfeito entendimento com a Anvisa para liberação dos lotes interditados. Até a liberação, o remanejamento das novas doses vai substituir cerca de 8 milhões de imunizantes com uso temporariamente suspenso.

Mais sobre o novo coronavírus 1

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) entrega nesta terça (14/9) 1,7 milhão de doses da vacina Oxford/AstraZeneca ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), após duas semanas sem liberar remessas. Parte dessas doses, 50 mil imunizantes, ficará no Rio de Janeiro e o restante seguirá para o Ministério da Saúde, em Brasília.

Segundo a fundação, o maior intervalo entre as remessas ocorreu porque o IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), importado para a fabricação da vacina, só chegou ao país no final do mês passado. Com o atraso na entrega, alguns Estados, como São Paulo, relataram a falta da AstraZeneca para aplicação de segunda dose.

Com este lote, a Fiocruz contabiliza a entrega de 93,6 milhões de doses ao PNI, sendo 89,6 milhões produzidos no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) e 4 milhões importadas pelo Instituto Serum, na Índia.

Mais sobre o novo coronavírus 2

De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, até esta segunda (13/9), a capital paulista totalizava 37.433 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.422.771 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.

Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta terça (14/9), é de 38,8%.

Já nesta segunda (13/9), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 36%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

Atuação do município

A capital paulista ultrapassou nesta segunda-feira (13/9) a marca de 10 milhões de pessoas vacinadas com a primeira dose dos imunizantes contra Covid-19. Os dados registrados pela Secretaria Municipal da Saúde, até as 13h, contabilizam 10.030.752 primeiras doses aplicadas. O levantamento registrou também 5.532.142 segundas doses, além de 321.898 doses únicas e 26.757 adicionais. Os dados podem ser acompanhados no boletim Vacinômetro na página Vacina Sampa.

A Prefeitura comunica que nesta segunda-feira (13/9), começou a aplicação da dose adicional da vacina contra Covid-19 para idosos acima de 85 anos de idade, público estimado em 76.849 mil munícipes. Neste momento, só estão elegíveis aqueles que tomaram a segunda dose ou a dose única há mais de seis meses. Também podem se cadastrar para a aplicação do reforço vacinal, pessoas imunossuprimidas, com mais de 18 anos, que tomaram a segunda dose ou única há pelo menos 28 dias.

Também teve início a intercambialidade de vacinas. Ela permite a aplicação da vacina da Pfizer, como segunda dose, em todos os que tomaram a Astrazeneca como primeira dose e deveriam receber a segunda entre 1º e 15 de setembro. Para este grupo são necessárias cerca de 340 mil doses.

Toda a rede estará aberta para a imunização do público elegível para primeira dose, segunda dose e dose adicional. Os idosos devem comparecer a um dos postos de vacinação do município com o comprovante de vacinação, documento com foto e comprovante de residência na capital.

Com relação aos pacientes acamados em domicílio, a vacinação é feita pela equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência do usuário, assim como nas Instituições de Longa Permanência para Idosos e população indígena aldeada na cidade de São Paulo. A vacinação dos idosos acontecerá com a vacina que estiver disponível nos postos de saúde.

A lista completa de postos pode ser encontrada na plataforma De Olho na Fila.

Ações e Atitudes

Uma vacina em forma de spray nasal contra a Covid-19 está sendo desenvolvida por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), em parceria com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Em fase de estudos, o novo imunizante promete ser de baixo custo, proteger contra variantes e bloquear o novo vírus ainda no nariz. A expectativa é que ela esteja disponível até o fim de 2022.

“Você já começa a induzir resposta no epitélio nasal e induzir a produção de um anticorpo que é muito importante nas mucosas, que são as IgAs [Imunoglobulina A] secretórias”, explica o coordenador do estudo, Jorge Elias Kalil Filho, professor da Faculdade de Medicina da USP e chefe do Laboratório de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas.

Além de inovar na forma de inoculação do vírus, com aplicação pelo nariz e não por via intramuscular, o imunizante também se diferencia no antígeno. “Em vez de usarmos a Spike do vírus de Wuhan, nós vamos utilizar só a RBD [domínio receptor obrigatório, pela sigla em inglês] das quatro variantes de preocupação”, diz Kalil Filho. De acordo com a Fiocruz, a proteína Spike é associada à capacidade de entrada do patógeno nas células humanas e é um dos principais alvos dos anticorpos neutralizantes produzidos pelo organismo para bloquear o vírus.

O pesquisador explica ainda que o antígeno vai conter pedaços de proteínas que estimulem a resposta celular mais duradoura do que aquela mediada pelos anticorpos neutralizantes. “Nós estudamos 220 pessoas que tiveram a doença, estudamos também por informática todo o genoma do vírus e selecionamos fragmentos que teoricamente induzem uma boa resposta celular”, acrescenta.

O imunizante, portanto, deve incluir fragmentos que são capazes de matar a célula, caso ela seja infectada. “Se o vírus entrar na célula, a única coisa que você pode fazer é usar as células chamadas CD8 citotóxicas, que matam a célula infectada”, afirma Kalil Filho. O spray deve incluir, portanto, os chamados linfócitos T CD8+ citotóxicos, que matam células doentes, e os linfócitos T CD4+, que auxiliam na produção de anticorpos e nas respostas citotóxicas.

Outra inovação do produto é a criação de um tipo de nanopartícula que adere à mucosa do nariz. “A mucosa tem muitos cílios que não deixam nada aderir, mas desenvolvemos um jeito de colocar uma formulação específica em que a gente induz uma resposta de mucosa importante”, acrescenta o médico.

Sobre o custo, Kalil Filho diz que deve ficar em torno de US$ 5, mas que ainda são necessárias outras análises relacionadas ao rendimento. “Nós temos alguns laboratórios que produzem proteínas recombinantes, mas ainda está muito no início, então estamos tratando com as empresas farmacêuticas para ver se a gente acha alguma que consiga produzir com boa quantidade”.

A vacina spray nasal pode funcionar como um reforço para as doses já existentes e aplicadas por via intramuscular. “Provavelmente, quando o spray estiver pronto, boa parte da população mundial vai estar vacinada. Eu acredito que ele vai ser, sobretudo, como uma dose de reforço”, afirmou o médico.

*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta terça-feira

*Este e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus

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