Nesta quinta-feira (8/2), aconteceu a última reunião do GT (Grupo de Trabalho) responsável pelo evento em memória do incêndio do edifício Joelma. Ao longo dos últimos meses, a equipe realizou um importante trabalho de estruturação e promoção de uma série de atividades na Câmara Municipal de São Paulo relacionadas aos 50 anos da tragédia.
Instituído pelo Ato nº 1615/2023, por iniciativa da Procuradoria Geral Legislativa e da Presidência da Câmara, o grupo é intersetorial, composto por um corpo técnico de representantes de diferentes setores da Casa, e atuou de forma coordenada somando esforços para realizar um evento de resgate da memória não somente da tragédia – que está entre as maiores do país -, como também da participação da Câmara Municipal de São Paulo no dia do incêndio, além das providências legislativas tomadas posteriormente.
O respeito à memória, a coordenação dos trabalhos e a soma de esforços dos integrantes do GT culminaram em três produtos principais: a edição especial do Prêmio Hélio Barbosa Caldas, que homenageou, no dia 1º de fevereiro – 50 anos exatos da tragédia – 11 bombeiros que participaram da operação de combate ao incêndio e do resgate dos sobreviventes do Joelma, em 1974; a produção do minidocumentário “Joelma, a tragédia que transformou São Paulo”; e o seminário “Os 50 anos do incêndio no Edifício Joelma – Memória e Avanços Regulatórios”, realizado no dia 6 de fevereiro.
O que dizem os participantes
“Grupos de trabalho intersetoriais são muito potentes. Poder conhecer de perto e compartilhar os recursos da Câmara com colegas que têm pontos de vista diferentes sobre um mesmo tema amplia muito o olhar em relação às possibilidades da instituição. Quando se fala sobre resgate e construção de memória, o trabalho ganha mais camadas. A Câmara Municipal de São Paulo é uma instituição paulistana de mais de 450 anos, e o que não faltam são memórias. Acredito que o grupo que se uniu para formular e resgatar a memória do incêndio do edifício Joelma aumenta nosso orgulho institucional e fortalece os laços entre os servidores e os setores da Casa, fazendo o trabalho, excepcional e do dia a dia, muito mais prazeroso e alinhado. Ansiosa para a próxima oportunidade em grupos como esse”, pontuou Lara Breschigliari, diretora executiva da Rede Câmara SP.
“O processo de construção do evento envolveu várias equipes, de áreas distintas, e o ótimo resultado final mostrou que essa forma de trabalhar potencializa ainda mais a capacidade de cada setor da Câmara”, destacou Sândor Freitas, consultor técnico-legislativo de Jornalismo e supervisor da Equipe de Comunicação da Câmara.
“A visão interdisciplinar da equipe possibilitou o foco em dois pilares: a memória e os avanços da regulamentação. Assim, eu acredito que o sucesso do evento, verificável seja pela emoção na entrega do prêmio especial Coronel Hélio Caldas ou pela grande audiência no seminário técnico, se deve ao empenho de todos do grupo. Foi um enorme prazer”, disse Ieda Pires, procuradora legislativa da Câmara.
“Escrever um roteiro de um documentário sobre os 50 anos do Joelma foi um desafio e tanto: mostrar em 15 minutos a tragédia e como ela mudou a cidade. Era preciso mostrar a gravidade da história, com emoção e informação. Desde o início os colegas da Rede Câmara me ajudaram bastante. Os integrantes do Grupo de Trabalho também. Decidimos que o destaque iria para os bombeiros, que salvaram muitas vidas e depois evitaram novos Joelmas, e para a Câmara Municipal de São Paulo, que percebeu a urgência da situação e melhorou rapidamente as leis para tornar a cidade mais segura contra o fogo. O minidoc mostrou que as mortes não foram em vão”, afirmou Rodrigo Garcia.
“É com muita honra e respeito que pude participar deste grupo de trabalho. Trata-se de uma triste lembrança, mas necessária, sobretudo em respeito e memória às vítimas e famílias assoladas pela tragédia. E também em homenagem aos enormes esforços feitos pelos bombeiros. (…) As reflexões, homenagens e discussões acadêmicas sobre o incêndio do Joelma, realizadas no âmbito do grupo de trabalho e com apoio da presidência da Câmara, lançaram luz sobre a história. A Câmara Municipal, pelo seu papel representativo na cidade e pelo Palácio Anchieta ter sido usado nos resgates e atendimentos, certamente foi a melhor instituição a trazer esse tema à sociedade”, analisou Ubirajara Prestes, da Secretaria de Documentação da Câmara.
Prêmio Hélio Barbosa Caldas
A premiação foi criada por meio da Resolução nº 6, de 14 de maio de 2009. Hélio Barbosa Caldas (1935-1999), que dá nome ao prêmio, atuou nos incêndios dos edifícios Andraus, em 1972, e Joelma, dois anos depois. Os bombeiros escolhidos são homenageados com a Salva de Prata, uma das honrarias do Legislativo paulistano que reconhece os serviços em prol da sociedade.
Originalmente, a homenagem é prestada somente a cinco integrantes da corporação. Contudo, nesta 15ª edição a Resolução nº 27/2023, da Mesa Diretora, instituiu que em 2024 o evento seria em memória ao incêndio do Edifício Joelma, com destaque aos bombeiros que atuaram no controle das chamas e no salvamento às vítimas.
A cerimônia, que ocorreu no dia 1º de fevereiro e homenageou 11 bombeiros, também buscou resgatar a memória oral do incêndio por meio daqueles que foram considerados os heróis do Joelma.
Documentário
Na ocasião do Prêmio Hélio Barbosa Caldas, foi exibido o trailer do minidocumentário “Joelma, a tragédia que transformou São Paulo”, produzido pelo Legislativo paulistano, através da Rede Câmara SP. Esse produto audiovisual teve a intenção de resgatar o papel da Câmara de São Paulo e dos bombeiros no dia da tragédia, além de provocar o interesse nos avanços regulatórios do município.
Seminário
Já no dia 6 de fevereiro, o seminário “Os 50 anos do incêndio no Edifício Joelma – Memória e Avanços Regulatórios” contou com a presença de especialistas e autoridades, que discutiram os progressos e aprendizados em prevenção de acidentes, legislação e arquitetura na cidade de São Paulo. Ainda no seminário, o minidocumentário “Joelma, a tragédia que transformou São Paulo” foi exibido ineditamente aos participantes do evento.
Sobre o incêndio
O edifício Joelma, localizado no centro e bem próximo do Palácio Anchieta, sede da Câmara Municipal, começou a pegar fogo por volta das 8h50 do dia 1º de fevereiro de 1974, no 12º andar. Os bombeiros chegaram ao local por volta das 9h10. O incêndio durou mais de 3 horas e destruiu 14 pavimentos, deixando mais de 180 mortos e 300 feridos.
Durante a ocorrência, a sede do Legislativo paulistano serviu como um hospital de campanha para atendimento dos feridos. Várias vítimas foram levadas ao heliponto da Câmara pelo helicóptero da FAB (Força Aérea Brasileira), onde estavam médicos, enfermeiros e estudantes de medicina.
Novo Código de Obras
A tragédia foi crucial para que mudanças na legislação fossem realizadas. O Código de Obras foi discutido e atualizado pelos vereadores de São Paulo e determinou normas específicas para a segurança dos edifícios da cidade, com adaptações aos já existentes e projetos adequados para as novas edificações.
Veja também, na íntegra:
Sessão Solene – Prêmio Hélio Barbosa Caldas 2024
Seminário “Os 50 anos do incêndio no Edifício Joelma – Memória e Avanços Regulatórios”
Programa Legislativo do Futuro – Código de Obras, com Ubirajara Prestes, da Secretaria de Documentação, e o dr. Paulo Augusto Baccarin, procurador-geral da Câmara
Programa Sampa Cast, com o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Max Schroeder