A área da habitação será uma das que mais terá investimentos nos distritos de Perus e Anhanguera, compreendidos pela subprefeitura de Perus, em 2015. Situada na zona norte de São Paulo, mais precisamente no noroeste da cidade, a previsão é de que sejam gastos R$ 32.056.397,00.
Números de 2013 da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano apontam que o déficit habitacional do município era de 670 mil domicílios no ano anterior. Para liquidar por completo esse número, seriam necessários 40 quilômetros quadrados de terra e R$ 14 bilhões em investimentos.
De acordo com o Observatório Cidadão, da Rede Nossa São Paulo, 17,95% dos domicílios da subprefeitura estão em favelas. Há cinco anos, esse índice vem apresentando queda. No orçamento do ano que vem estão previstos a implantação do Programa Urbanização de Favelas nas comunidades do Bamburral e da Lidiane.
Apesar da questão habitacional ser problemática em Perus, os moradores afirmam que há demandas maiores e mais importantes para serem resolvidas. Para a líder comunitária Zildete Santos, a saúde é prioridade. “Precisamos urgentemente de um hospital aqui porque a população é grande”, defende.
Moradora há 30 anos de Perus, Zildete diz que muitas pessoas em tratamento são obrigadas a se dirigir para outros bairros mais bem equipados, como Mandaqui, Vila Nova Cachoeirinha, Pirituba, Parada de Taipas ou até Interlagos, na zona sul. “Nós temos somente um pronto-socorro aqui. Às quartas-feiras, único dia em que há um ortopedista no local, os pacientes chegam a esperar até 12h para serem atendidos. É justo ter apenas um ortopedista no pronto-socorro?”
O orçamento de 2015 prevê a continuidade nas obras da UPA (Unidade de Pronto-atendimento) AMA (Assistência Médica Ambulatorial) no Parque Anhanguera, a construção de mais um pronto socorro e a implantação em Perus da Rede Hora Certa, ambulatórios de especialidades que oferecem consultas, exames e pequenas cirurgias.
Segurança
Números apontam que nas últimas décadas houve uma redução da violência em Perus. Mesmo assim, ainda é o que mais preocupa os moradores, já que ela ainda está bastante presente no dia a dia. De acordo com o Núcleo de Estudos da Violência da USP, em 1993 o número de homicídios por 100 mil habitantes foi de 40,4. Dez anos depois, ele caiu para 12,5. Um levantamento realizado pela Rede Nossa São Paulo mostra que a quantidade de óbitos por homicídio, por cem mil habitantes caiu de 20,78 em 2007 para 8,66 em 2011.
Franco acredita que tanto o crescimento da população em Perus quanto o tráfico de drogas são os principais motivos pelos índices de violência no local. “É comum ouvirmos fogos por aqui sinalizando a chegada de drogas. E, claro, há também estabelecimentos comerciais de fachada que servem como pontos de tráfico.” Ainda segundo o padrasto de Daniele, muitos traficantes quebram as luminárias de vielas e escadões para que esses lugares fiquem escuros e propícios ao comércio de substâncias ilícitas.
Para 2015, serão destinados à subprefeitura de Perus R$ 13.940,00 para a implantação de novos postes de iluminação pública. A origem dessa quantia é o Fundo Municipal de Iluminação Pública. No total, o orçamento previsto para a subprefeitura no ao que vem será de R$ 153.882.767,76.