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‘Hackerativismo’ é tema de aula na Escola do Parlamento

Por: RAFAEL ITALIANI - DA REDAÇÃO

10 de outubro de 2017 - 20:43

André Bueno/CMSP

Conhecer o ciberespaço, filtrar informações e identificar pressões políticas e a qualidade das informações que são compartilhadas nas redes sociais. Esse foi um dos motes da aula da Escola do Parlamento, desta terça-feira (10/10), na Câmara Municipal de São Paulo.

A diretora e a equipe da unidade de ensino político da Casa, Ilza Jorge, trouxe o hacker Vinicius Russo para explicar o atual cenário no Brasil e no mundo, além de mostrar como os dados digitais podem ser usados em favor das comunidades, organizações civis e lideranças regionais.

André Bueno/CMSP

Vinícius Russo

“Estamos sendo bombardeados com o termo hacker. Temos jogos sobre isso. No noticiário vemos que um teve acesso à conversa de Whatsapp da mulher do presidente [Michel Temer], que as eleições nos Estados Unidos foram hackeadas de alguma forma pelos russos. Todo mundo pode ser algum tipo de hacker e escolher o seu lado na guerra da informação”, afirmou Russo, que também é programador.

No início do ano veio à tona o caso policial de um hacker que invadiu dados pessoais da primeira-dama Marcela Temer. O suspeito, que foi condenado pela Justiça, tentou chantagear a mulher do presidente para que as informações não fossem divulgadas na Internet.

Em etapas

A aula cumpriu uma etapa do “Ciclo de Formação em Governo Aberto” da Escola do Parlamento. Na próxima semana mais uma aula será realizada. A diretora Ilza explicou que os inscritos também irão aprender sobre dados públicos abertos à população por meio dos sites de transparência.

“Os dados não são sempre todos abertos, precisamos de mais. Muitas das pessoas, quando abrem os dados, não sabem ler ou mesmo saber para o que eles servem. Então, essas oficinas do programa Governo Aberto vêm fazer justamente isso: mostrar para a população como trabalhar as informações, quais são os dados, e como usá-los para melhorar as cidades”, explicou.

Um dos alunos, o biólogo e artesão Edson Azevedo Pontes e Medeiros, destacou que saber como lapidar os dados é transformador. Segundo ele, as informações filtradas podem ser disseminadas com mais facilidade. “A gente sabe que tem um volume muito grande, mas não se tem noção do que é isso.”

E finalizou: “a minha proposta nesse curso é aprender, de fato, quais são as ferramentas que o Estado tem e o que ele permite que eu veja. Eu não quero oprimir o próximo. Se eu tenho uma informação e não repasso, estou oprimindo o outro. A proposta nossa é aprender para poder ensinar”.

Rede de mentiras

De acordo com a diretora da Escola do Parlamento, o tema “fakenews” (notícias falsas) também será explorado pela escola. “A oficina do “fakenews” vai trazer o pensamento crítico para as pessoas não acreditarem na primeira fonte que vêem, para ver se é verídico ou não.” O termo ganhou força durante as eleições presidenciais dos Estados Unidos que elegeram o republicano Donald Trump.

Durante a campanha, Trump afirmou por diversas vezes que estava sendo alvo de notícias falsas que ‘viralizavam’ na internet por meio de redes sociais. O programador Vinícius Russo também chamou a atenção para o novo personagem no campo da informação.

“As habilidades de mídia social se tornam muito importantes para falar sobre política, principalmente para neutralizar as forças que surgem mais conservadoras, mais progressistas, mas precisam estar harmonizadas em especial para quem não é nativo digital”, disse o especialista em programação.

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