Luiz França/CMSP CPI da Feira da Madrugada se reuniu nesta terça-feira no Auditório Prestes Maia
ELDER FERRARI
DA WEB RÁDIO CÂMARA
A CPI da Feira da Madrugada tratou, na reunião desta terça-feira (24/10), do Hortifruti, localizado na área sul do Pátio do Pari, em frente à Rua Santa Rosa. Esse Hortifruti está no mesmo local há 20 anos e divide o Pátio do Pari com a Feira da Madrugada, que está do outro lado da linha férrea. Atualmente o Hortifruti conta com 283 permissionários legalizados pela Prefeitura e cerca de 13 ilegais, mas com processos administrativos em andamento.
Eles estão organizados e fazem parte da Accapp (Associação dos Comerciantes da Central de Abastecimento Pátio do Pari). Desde que o Consórcio Circuito de Compras S.A. venceu a licitação da Feira da Madrugada existe um clima de animosidade com os permissionários do Hortifruti. E o advogado da Associação, Renato de Souza, explicou a origem do problema.
“Do final de 2016 pra cá foi concedida ao Consórcio uma permissão de uso de 8 mil metros quadrados dentro da área sul do Pátio do Pari, onde está o Hortifruti, o que prejudica a área de carga e descarga. O espaço é muito pequeno para a construção de um galpão adicional ao galpão amarelo, como quer o Consórcio”.
Sobre essa animosidade dos permissionários do Hortifruti com o Consórcio, responsável pela construção do Shopping que ocupará o espaço da Feira da Madrugada, o presidente da CPI, vereador Adilson Amadeu (PTB), destacou que houve uma reunião das duas partes com a presença do Secretário de Governo Milton Flávio e da Secretária do Trabalho e Empreendedorismo Aline Cardoso. Em princípio, segundo o vereador, houve um entendimento, mas os representantes da Associação dos permissionários do Hortifruti negaram o acordo.
“De novo nós vamos ter que ver uma reunião com todos que participaram, mais membros da CPI para encerrar isso”.
Tombamento da área
A CPI da Feira da Madrugada também ouviu Mariana Rolim, diretora do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), ligado à Secretaria Municipal de Cultura. Ela informou que o Pátio do Pari está dividido em duas áreas dentro do processo de tombamento. Na área de construção do Shopping não há nenhuma edificação tombada pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo).
Já do outro lado da linha férrea, onde está o Hortifruti, há dois galpões tombados. Tanto pelo Conpresp quanto pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo).
Esses galpões deverão ser restaurados pelo Consórcio após a construção do Shopping da Feira da Madrugada. Ela informou ainda que o projeto apresentado para a construção do Shopping da Feira da Madrugada respeita as resoluções de tombamento.
“Existe um projeto que já foi aprovado tanto pelo Conpresp quanto pelo Condephaat para a implantação desse shopping. E o projeto que foi aprovado respeita as resoluções de tombamento.”
Mariana lembrou ainda que a área da Feira da Madrugada está contaminada, mas para exploração ou escavações arqueológicas. E que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) já se manifestou sobre essa questão.
“Isso não prejudica em nada a preservação daquela área, porque o que está presente nos processos de tombamento do Conpresp e do Condephaat é uma área que tem um valor histórico pela industrialização que esteve ali, pela história da ferrovia”.
