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Idosos com mais de 80 anos podem receber quarta dose contra Covid-19 a partir da próxima segunda

Por: KAMILA MARINHO - HOME OFFICE

16 de março de 2022 - 18:16

Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (16/3), o Governo do Estado de São Paulo anunciou a aplicação da quarta dose da vacina de Covid-19 para os idosos acima de 80 anos de idade a partir da próxima segunda-feira (21/3). A imunização é uma recomendação do Comitê Científico da Covid no Estado.

O Comitê levou em consideração na decisão o alto índice de mortalidade entre os idosos desta faixa etária durante a circulação da variante Ômicron, que foi superior aos óbitos ocorridos nos dois outros picos da pandemia em 2020 e 2021. O público estimado a receber a quarta dose é de 900 mil idosos, desde que tenham recebido a dose de reforço (3ª dose) com um intervalo de quatro meses.

Vacinômetro

Até as 12h45 desta quarta-feira, o Vacinômetro apontava 99,19% da população paulista protegida com ao menos uma dose contra a Covid-19 e 90,11% com o esquema vacinal completo. Até o momento, foram aplicadas 102,4 milhões de doses em todo o Estado. O Estado de São Paulo é o primeiro do Brasil a atingir a meta da OMS (Organização Mundial da Saúde) de vacinados contra a Covid-19 entre a população elegível, ao chegar a 90% de cobertura vacinal.

De acordo com a Coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, os dados evidenciam o impacto positivo dos índices do Estado de São Paulo. “A ciência e a vacinação mostraram que estamos no caminho certo. A população, os municípios e os profissionais de saúde responderam ao nosso chamado e hoje somos o primeiro Estado do país a ter a população elegível com as duas doses”, destacou.

O Secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, observou que os bons índices de vacinação repercutiram na queda de internações em unidades hospitalares. De acordo com os números da Secretaria de Estado da Saúde, nas últimas seis semanas, o Estado registrou uma redução de 77% em internações em enfermarias e unidades de terapias intensivas.

Mais sobre o novo coronavírus 1

De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, até esta quarta-feira (16/3), a capital paulista totalizava 41.806 vítimas da Covid-19. E havia, ainda, 1.888.701 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.

Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade e Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo até esta quarta-feira (16/3), é de 31,9%.

Já a ocupação de leitos de enfermaria está em 27,6%. No Estado, a taxa de ocupação em UTIs está em 31,1%. E nos leitos de enfermaria está em 22,8%. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.

Mais sobre o novo coronavírus 2

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou atrás na noite de terça-feira (15/3) e informou em seu perfil no Twitter que ainda não há confirmação de que os dois casos que ele havia apontado como se fossem da Deltacron, sejam de fato da nova variante de Covid-19.

Na manhã de terça, o ministro havia dado entrevistas em que citou a ocorrência de dois casos, um no Pará e outro no Amapá. “Pessoal, esclarecendo: os dois casos de Deltacron que citei mais cedo ainda estão em investigação e foram notificados ao @minsaude pelos estados. O sequenciamento total do vírus deve ser finalizado nos próximos dias pelo laboratório de referência nacional da Fiocruz”, escreveu Queiroga em sua conta no Twitter na noite de terça-feira.

A Deltacron é uma variante surgida na Europa que combina parte da variante Delta com parte da variante Ômicron. De acordo com os cientistas que a identificaram, o vírus usa a proteína Spike da Ômicron, que facilita a entrada nas células, e o corpo da Delta.

Ainda assim, a avaliação é de que a nova variante — classificada como de importância — não teria se revelado mais perigosa e seria controlada pelas vacinas por não trazer variações consideráveis. Segundo Queiroga, a nova variante não traria grandes riscos.

“De qualquer forma, não há motivos para preocupação. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a Deltacron apenas como variante para monitoramento e não a considerou como variante de interesse ou preocupação, como foi o caso da Ômicron e da Delta, por exemplo”, escreveu o ministro.

Mais sobre o novo coronavírus 3

Idosos e imunossuprimidos devem manter o uso de máscara como proteção contra a Covid-19, mesmo em cidades onde não haja mais obrigatoriedade. O alerta é do professor do Departamento de Biologia Celular da UNB (Universidade de Brasília), Bergmann Morais Ribeiro.

“Na minha opinião, ainda não é o momento de liberar o uso de máscaras em ambientes fechados. Como o número de transmissões e mortes está diminuindo ao longo do tempo, a liberação em espaços abertos é algo natural. Mas, ainda não é o momento para espaços fechados. A variante Ômicron é muito transmissível e há pessoas imunossuprimidas ou idosos que, se pegarem o vírus, mesmo vacinados, correm o risco de ser hospitalizados e ter a doença de forma grave”, disse. Para o professor, a liberação em espaços fechados deveria estar vinculada à queda do número de mortes por Covid-19.

Segundo Ribeiro, locais com aglomerações ainda deveriam manter a obrigatoriedade do uso de máscara, como transporte público, comércios, teatro, cinema, feiras e shopping. A obrigatoriedade do uso também deveria ser mantida para estudantes e professores em escolas. Outro ponto destacado pelo professor é a necessidade de que os brasileiros completem o ciclo vacinal contra a Covid-19.

“A pandemia ainda não acabou. Existem outras variantes que surgiram, como a Ômicron, que aumentou o número de infecções na Grã-Bretanha, em Hong Kong e na própria China. Se não tomarmos cuidado, pode aparecer nova onda”, lembrou.

Para a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a flexibilização de medidas protetivas contra a doença, como o uso de máscaras em locais fechados de forma irrestrita, é prematura. De acordo com o boletim do Observatório Covid-19 divulgado pela instituição no último dia 11, as próximas semanas serão fundamentais para entender a dinâmica de transmissão da doença. Ainda não é possível avaliar o efeito das festas e viagens no período do Carnaval.

O boletim cita estudo recente que sugere que o uso de máscaras deve ser mantido por duas a dez semanas após a meta de cobertura vacinal ser atingida, entre 70% e 90%. Com o surgimento da variante Ômicron e sua maior capacidade de escape dos anticorpos, o boletim diz que as máscaras ficaram ainda mais importantes.

*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta quarta-feira

*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus

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