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Inquérito de Segurança Alimentar revela que metade dos paulistanos vive com algum grau de insegurança alimentar

Pesquisa aponta que 12,5% dos entrevistados enfrentam insegurança alimentar grave, enquanto outros 38,5% estão em situação moderada ou leve

Por: MURILO RINCON
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11 de dezembro de 2024 - 21:03

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Richard Lourenço | REDE CÂMARA SP

Nesta quarta-feira (11/12), foi divulgado na Câmara Municipal de São Paulo o resultado do 1º Inquérito de Segurança Alimentar do município de São Paulo. O evento contou com apoio do mandato da vereadora Silvia da Bancada Feminista (PSOL). A pesquisa revelou que a metade da população da capital paulista vive, atualmente, com algum grau de insegurança alimentar, seja leve, moderada ou grave.

Realizado entre maio e julho de 2024, o estudo revelou que 12,5% da população paulistana está em situação de fome, com 1,4 milhão de pessoas vivendo em domicílios com insegurança alimentar grave. Além disso, outros 1,5 milhão de paulistanos (13,5%) residem em casas onde há insegurança alimentar moderada, e aproximadamente 2,8 milhões de pessoas (24,5%) vivem em situação de insegurança alimentar leve. Isso significa que mais de 5,8 milhões de pessoas, ou seja, pouco mais da metade da população paulistana que é de 11,45 milhões de habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), vivem em domicílios submetidos a algum grau de insegurança alimentar.

O inquérito, desenvolvido por uma parceria entre o COMUSAN-SP (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de São Paulo), o OBSANPA (Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional da Cidade de São Paulo), e pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da UFABC (Universidade Federal do ABC), foi realizado com 3.300 entrevistados em nove regiões da capital paulista.

“A gente destaca que essa fome, ela não se distribui de maneira homogênea pelo território, então, 70% dos domicílios em situação de fome estão nas áreas mais periféricas da cidade, mas, mesmo nas áreas centrais, há um número significativo de pessoas nessa situação. Então é um fenômeno que atravessa a cidade como um todo”, destacou o geógrafo e professor da UFABC, José Raimundo Ribeiro.

“A gente observou também que de todos que estavam em situação de insegurança alimentar grave, que é a situação de fome, apenas 30% recebiam o Bolsa Família, um benefício de complementação de renda. Então, precisamos olhar para as políticas públicas para dar acesso a alimento saudável para toda a população da cidade de São Paulo, principalmente, para aqueles que estão em situação de insegurança alimentar”, disse Luciana Yuki Tomita, professora e pesquisadora da Unifesp.

A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Soninha Francine, discordou de algumas questões referentes a pesquisa, mas não se mostrou surpresa com os dados apresentados. “Posso dizer que algumas coisas não me surpreendem. Mais de 1 milhão de pessoas passando fome em São Paulo é o nosso desafio diário. A gente entrega cestas básicas para 450 mil pessoas a cada dois meses e meio e tem gente na fila, e tem gente que precisaria receber num intervalo menor que esse. Então, esse número, é bom que todo mundo saiba. Agora, não é justo dizer que a situação de São Paulo é três vezes pior que a do Brasil, porque os números da pesquisa nacional estão super defasados. Então, a gente vem conversando com os pesquisadores, apresentando as nossas divergências para avançar em relação a isso”, afirmou.

O levantamento é o primeiro a fornecer dados detalhados sobre a situação da insegurança alimentar na capital paulista, destacando a necessidade da criação de políticas públicas voltadas para a erradicação da fome no município.

“Essa pesquisa, ela utiliza uma escala que é a Escala Brasileira de Segurança Alimentar que vem sendo utilizada desde o início dos anos 2000 no Brasil para mensurar a quantidade de domicílios e pessoas em situação de fome. O IBGE sempre fez levantamentos de 2004 até hoje na escala nacional, que permitiram que a gente tivesse dados até o nível estadual. Ainda faltam dados para muitos municípios, então, para a gente, a gente vê como um avanço muito grande. Uma luta que o Conselho Municipal de Insegurança Alimentar e Nutricional já vinha travando há muito tempo para ter um dado na escala municipal que pudesse dar para a gente uma dimensão do problema e evidentemente orientar ações do Poder Público para superar esse fenômeno”, finalizou o professor José Raimundo Ribeiro.

O evento contou ainda com a participação da secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS (Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), Valéria Burity, da coordenadora-geral de equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Carmem Priscila Bocchi, da Carla Bueno do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), e da Juliana Bruno, do movimento Cozinhas Solidárias do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).

A íntegra da reunião e mais detalhes sobre os dados apresentados podem ser conferidos clicando aqui.

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