A Comissão Extraordinária de Direitos Humanos e Cidadania recebeu nesta quinta-feira (1/12) representantes do Instituto Vladimir Herzog e do Festival Entretodos para falar sobre os trabalhos que as instituições realizam.
Apresentando os objetivos e o surgimento do Instituto que leva o nome do jornalista assassinado durante a ditadura militar, Vladimir Herzog, o diretor executivo, Rogério Sotilli, explicou os eixos estratégicos da instituição. “O instituto nasceu com o objetivo de defender a história e o legado do Herzog. Atuamos com três eixos principais – a educação de direitos humanos, o segundo é na defesa da liberdade de expressão e o terceiro no direito a memória, verdade e justiça”, explicou.
Para Sotilli, é necessário que a sociedade mude a cultura de violência que permeia o país. “Essa cultura de violência é oriunda da falta de enfrentamento aos crimes da ditadura, da escravidão e da violência em geral que está na história do Brasil. Acredito que a educação é um instrumento extremamente potente para mudança”, destacou.
Outro ponto ressaltado pelo diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog são os projetos voltados à defesa de jornalistas e comunicadores que são ameaçados e os prêmios que incentivam o jornalismo investigativo. “O Brasil é o segundo país do mundo que mais mata jornalistas e para os profissionais de comunicação que são ameaçados atuamos com uma rede de proteção e ainda premiamos materiais investigativos”, ressaltou.
Outra instituição voltada à divulgação dos direitos humanos e que utiliza a arte como ferramenta principal – é o Festival Entretodos, que através de curta metragem aborda diversos assuntos abarcados na Declaração Universal de Direitos Humanos. O coordenador do festival, Jorge Grinspum, falou sobre o privilégio em levar o tema para a comunidade. “Encontramos uma forma de dialogar com a sociedade desde as crianças até os adultos sobre temas mais espinhosos e polêmicos, como os direitos humanos. Os filmes são um mecanismo facilitador para podermos abrir conversas utilizando a arte”, explicou.
Para o vereador Daniel Annenberg (PSB), os institutos trazem discussões fundamentais para o momento atual do país onde o tema democracia e direitos humanos estão sendo questionados. “É importante ouvir essas duas entidades sobre questão da educação da democracia e direitos humanos. Eles fizeram uma boa exposição dos trabalhos e a partir daqui podemos unir forças e parcerias aqui na Câmara”, ressaltou.
Já para a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Soninha Francine, é importante que o diálogo sobre direitos humanos e cidadania sai da bolha simpatizante e atinja a comunidade em geral. “Precisamos ir além dos ativistas. Nosso desafio é levar o conhecimento e sensibilidade sobre os direitos humanos para todos os lugares. Não podemos nos prender só a um nicho, temos que explicar o tema de forma abrangente até para aqueles que não entendem muito bem o tema”, disse.
Ao final, o colegiado votou um requerimento de autoria da presidente da Comissão, vereadora Erika Hilton (PSOL), que pede a realização de Audiência Pública que será realizada dia 8/12 com o tema ‘Agenda da Reconstrução dos Direitos Humanos no Brasil’.
Também participou da reunião o vereador Eduardo Suplicy (PT). Para conferir os trabalhos na íntegra, clique abaixo: