Por vereador Arselino Tatto
Desde que a Organização Mundial de Saúde decretou oficialmente o estado pandêmico, a pergunta que o mundo todo se faz é: quando a pandemia terá fim? Infelizmente, ainda não há uma resposta definitiva para essa questão, mas com o avanço da vacinação já é possível ao menos sonhar com este dia.
Se ao cidadão comum é permitido sonhar, às autoridades governamentais cabe a obrigação de planejar um mundo pós-pandêmico. Já parou para pensar, por exemplo, o que acontecerá com toda a infraestrutura criada na área da saúde para acolher e tratar os pacientes contaminados pelo Coronavírus?
Na cidade e no estado de São Paulo, hospitais de campanha foram implantados, leitos particulares foram contratados, usinas de oxigênio foram instaladas, unidades de saúde receberam novos equipamentos e profissionais para dar conta do grande número de internados em decorrência da doença.
Mas com o fim da pandemia, ou a diminuição considerável de casos que se espera alcançar após a imunização da população adulta, para onde irá a estrutura viabilizada com recursos públicos? Milhões de reais foram investidos e a população quer e precisa saber o destino de tudo isso.
Por que não disponibilizar esse aparato para a população mais pobre da cidade?
Essa é a proposta do projeto de lei 318/2020 que eu apresentei e estabelece critérios para transferência dos leitos hospitalares e equipamentos adquiridos para os hospitais de campanha, durante a pandemia, às unidades de saúde e serviços integrantes da secretaria municipal de Saúde, localizados em regiões de vulnerabilidade social.
É notório que a população da periferia, que depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde – SUS, foi a que mais sofreu no último ano, mas agora temos a chance de equipar melhor os hospitais, UBSs e UPAs que atendem esses cidadãos.
Para que isso aconteça de forma justa e organizada, a Prefeitura pode apoiar-se nos índices de pobreza existentes em nossa cidade e eu não tenho dúvida que estes apontarão para os grandes conglomerados populacionais existentes nos extremos da cidade.
Com o fim da pandemia (que eu torço para que realmente esteja próximo) temos a chance e o desafio de reorganizar o sistema de saúde, de corrigir falhas de atendimento e melhorar as estruturas existentes para que os cidadãos de baixa renda não sejam mais penalizados.