O maestro John Neschling prestou depoimento nesta quarta-feira (17/8) à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instalada na Câmara Municipal de São Paulo para investigar irregularidades na gestão do Theatro Municipal.
De acordo com Neschling, o ex-diretor da Fundação Theatro Municipal José Luiz Herência agiu de maneira ‘leviana’ ao dizer que ele teria participado do superfaturamento de contratos da instituição com artistas que causaram um prejuízo de cerca de R$ 15 milhões aos cofres públicos. “É indecentea forma como Herência colocou essa acusação, sem prova alguma”, garantiu.
O maestro contou que suspeitava de que havia problemas com os recursos do Theatro Municipal e isso o fez procurar o então secretário de Cultura, Nabil Bonduki, e o prefeito Fernando Haddad. “Algo errado está acontecendo nas finanças do Theatro. Peço que investiguem, porque eu não tenho mais noção do que está acontecendo. A suspeita de rombo veio porque vários artistas reclamaram que não estavam recebendo o cachê”, disse.
“As dúvidas são em relação a tudo o que ele afirmou. Ele nega o envolvimento nesse esquema que o delator [Herência] colocou para a comissão. Vamos analisar os documentos que temos e continuar com as investigações”, sinalizou o presidente da CPI, vereador Quito Formiga (PSDB).
Para o relator da CPI, vereador Alfredinho (PT), o depoimento foi positivo. “O depoimento do maestro contribuiu muito para os trabalhos da comissão. Ele respondeu as questões e demonstrou segurança”, argumentou.
Os depoimentos contraditórios levaram a CPI a aprovar um requerimento para que seja feita uma acareação entre o maestro, Herência e do ex-diretor do IBGC (Instituto Brasileiro de Gestão Cultural) William Nacked. “Pretendemos fazer essa acareação para investigar tudo o que vem acontecendo de irregular no Theatro Municipal”, disse Formiga.