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Julho Amarelo: Saiba mais sobre as hepatites virais e como se prevenir

Por: IARA SILVA E KAMILA MARINHO - HOME OFFICE

9 de julho de 2021 - 09:00

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Julho Amarelo é o mês de prevenção e conscientização sobre as hepatites virais. Criada em 2015 pelo MBHV (Movimento Brasileiro de Luta Contra as Hepatites Virais) e pela SBH (Sociedade Brasileira de Hepatologia), a campanha foi oficializada pelo Poder Público na Lei federal 13.802, de 10 de janeiro de 2019, que reforça ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais.

A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser decorrente de diversas causas, sendo por meio da infecção por vírus, pelo uso de medicamentos, uso de álcool e outras drogas, doenças autoimunes, doenças metabólicas ou doenças genéticas.

A doença é muitas vezes silenciosa, mas há alguns sinais de alerta: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

No caso específico das hepatites virais, são inflamações causadas por vírus classificados pelas letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece diagnóstico e tratamento gratuito para todos os tipos de hepatites virais. As mais comuns são as do tipo A, B e C.

Hepatite A

Também conhecida como “hepatite infecciosa”, a hepatite A é uma doença benigna e a contaminação ocorre, predominantemente, pela ingestão de alimentos mal lavados ou por más condições de saneamento e de higiene pessoal. A transmissão ocorre ainda pelo contato feco-oral, ou seja, pelo contato de fezes com a boca.

Os sintomas iniciais podem não ser muito específicos, podendo manifestar-se como fadiga, mal-estar, febre e dores musculares, seguidos de enjoos, vômitos, dor abdominal, constipação e diarreia. A cor escura da urina costuma anteceder a fase da icterícia (pele e olhos amarelados). No geral, os sintomas surgem de 15 a 20 dias após a infecção e duram menos de dois meses.

A doença é diagnosticada por meio de exame de sangue, onde se busca a presença de anticorpos anti-HAV IgM, que podem permanecer detectáveis por cerca de seis meses.

A vacinação para hepatite A é garantida no SUS e o esquema vacinal recomendado pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde, prevê dose única da vacina, com indicação da aplicação em crianças entre os 15 meses de idade até cinco anos incompletos.

Além da vacinação, é importante realizar a lavagem das mãos com frequência; lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras higienizar com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos; fazer o cozimento correto de frutos do mar, peixes e mariscos; usar preservativos e higienizar as mãos, genitália, períneo e região anal antes e depois das relações sexuais.

Hepatite B

De acordo com o Ministério da Saúde, a hepatite B foi responsável por 13.922 (32,8%) dos casos de hepatites notificados no país em 2018, além de estar relacionada a 21,3% das mortes ligadas às hepatites entre os anos de 2000 e 2017.

Considerada sexualmente transmissível, a doença não tem cura na maioria dos casos, não apresenta sintomas na fase inicial e só dá sinais quando está em estágio mais avançado. Os sintomas são os mesmos relacionados aos da hepatite A (cansaço, tontura, enjoo/vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados).

Assim como a hepatite C, a hepatite B também pode ser transmitida pelo sangue contaminado, que pode estar presente em objetos compartilhados, como agulhas, alicates de cutícula e aparelhos de barbear, ou em materiais não descartáveis ou não esterilizados, usados na colocação de piercings, tatuagens, além de procedimentos cirúrgicos, odontológicos, ou até mesmo em procedimentos de hemodiálise e transfusão sanguínea. Daí a importância dos protocolos de triagem, parâmetros clínicos e laboratoriais para a prevenção da doença nesses serviços.

A doença também pode ser transmitida da mãe para o filho durante a gestação ou durante o parto, na chamada transmissão vertical. Para evitar esse tipo de transmissão, recomenda-se que a investigação para hepatite B seja feita em todas as gestantes a partir do primeiro trimestre ou quando do início do pré-natal (primeira consulta), sendo que o exame pode ser feito por meio laboratorial e/ou testes rápidos. Os testes estão disponíveis na rede pública e o resultado sai na hora.

Para todas as crianças expostas ao vírus durante a gestação é indicada a vacina e imunoglobulina (IGHAHB) para hepatite B, preferencialmente nas primeiras 24 horas do pós-parto. Essas medidas realizadas em conjunto, segundo o Ministério da Saúde, previnem a transmissão perinatal da hepatite B em mais de 90% dos recém-nascidos.

A principal forma de prevenção é por meio da vacinação. O imunizante está disponível no SUS. Para crianças, a recomendação é que se façam quatro doses da vacina, sendo: ao nascer, aos 2, 4 e 6 meses de idade (vacina pentavalente). Já para a população adulta, via de regra, o esquema completo se dá com aplicação de três doses.

Além do não compartilhamento de objetos pessoais, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, o uso de preservativos nas relações sexuais é fundamental para prevenir a doença.

Hepatite C

Transmitida por sangue contaminado, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos cortantes é o tipo de hepatite com maior taxa de detecção e também a mais letal, com 26.167 casos notificados no Brasil em 2018, segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019 do Ministério da Saúde. Silenciosa, a hepatite C, ainda segundo a pasta, torna-se crônica em cerca de 60% a 85% dos casos e, em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo.

Quanto aos sintomas, aproximadamente 80% das pessoas não apresentam qualquer manifestação. O dado reforça a importância da testagem rápida (confira aqui a relação de endereços em São Paulo) e dos exames sorológicos, que apontam a presença dos anticorpos anti-HCV. Se o teste de anti-HCV for positivo, é necessário realizar um exame de carga viral (HCV-RNA) para confirmar a infecção ativa pelo vírus. Após esses exames, o paciente poderá ser encaminhado para o tratamento, ofertado gratuitamente pelo SUS, com medicamentos capazes de curar a infecção em mais de 95% dos casos.

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