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Foi realizada nesta terça na Câmara Municipal uma sessão solene em homenagem ao Dia Municipal da Umbanda e do Umbandista. O evento é parte da 3ª Semana de Umbanda da Cidade de São Paulo e reuniu líderes religiosos e representantes da arte afro-brasileira.
Além de trazer ao Palácio Anchieta demonstração dos cantos umbandistas que fazem parte dos rituais, a sessão solene teve como enfoque o combate ao preconceito religioso. Para o presidente da Escola de Curimba e Arte Umbandista Aldeia de Caboclos, Engels Xenoktistakis, a instituição da data no calendário da cidade de São Paulo serve para quebrar um tabu. O Dia da Umbanda foi uma promessa de 40 anos e era algo necessário para mudar a intolerância que sofremos por muito tempo, disse.
Autor da lei que instituiu o Dia Municipal da Umbanda e do Umbandista e a sessão solene desta terça-feira, o vereador Quito Formiga (PR) acredita que a situação da religião frente a outras crenças já está mudando. Muita gente hoje já sabe que a umbanda é uma filosofia de vida muito bonita, que prega o amor ao próximo, além de ser tipicamente brasileira, lembrou.
O parlamentar observou que, depois da decisão da Câmara Municipal, outras cidades instauraram o Dia Municipal da Umbanda e, em 2012, a foi criada uma data nacional.
Xenoktistakis ressaltou que, atualmente, há muitos seguidores da umbanda que também frequentam templos de outras religiões. Segundo ele, os 12 mil templos umbandistas registrados no Brasil têm presença de católicos e espíritas. Somos uma religião de adesão, não de conversão, explicou.
O Pai Ogan Juvenal, presidente do conselho do Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo, afirmou que a caridade é o principal fundamento da religião, e é justamente o que faz as pessoas buscarem os templos. Temos a nossa versão da caridade, com as nossas regras, definiu.
Juvenal contou também que a umbanda foi fundada há 103 anos, por Pai Zélio Fernandino de Moraes. Religião estritamente brasileira, como ele disse, ela reúne elementos da cultura do país, como o caboclo e o preto velho, os orixás do candomblé, e do catolicismo.
A escolha da data de 15 de novembro para o Dia Municipal da Umbanda e Umbandista é uma referência ao episódio do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Diz-se que, em 1908, foi nessa data que Zélio Fernandino de Moraes recebeu o espírito do Caboclo, que falou sobre o início dos cultos. No dia seguinte, Zélio iniciaria os rituais e fundaria o primeiro templo de umbanda na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.
(13/11/2012 – 21h)