Nesta quarta-feira (8/5), a Subcomissão de Juventude, vinculada à Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo, aprovou um requerimento para convidar o representante do Grupo Mãos Consagradas (Libras), para que ele apresente o trabalho realizado e os materiais utilizados para a comunicação com os surdos na Igreja Assembleia de Deus – Belém.
O coordenador geral do grupo, Renato Gerômino, estava presente na reunião e, após a aprovação do documento, adiantou algumas informações sobre o trabalho realizado. “Esse trabalho é desenvolvido há mais de 20 anos e consiste em promover a interpretação e a sinalização do culto na língua oficial dos surdos, que é a Libras. Então, toda sinalização do culto, toda pregação, todo louvor também são feitos em Libras. Esse é o nosso trabalho. Ali a gente promove o desenvolvimento, a capacitação dos intérpretes, de pessoas que querem iniciar um trabalho, iniciar uma profissão. Eles aprendem com os próprios surdos. Quem ministra a aula é um surdo, professor Guilherme, que faz todo o trabalho na língua oficial deles”, afirmou.
Conforme a vereadora Rute Costa (PL), o representante do Grupo Mãos Consagradas deve retornar na próxima reunião do colegiado. “É um programa muito interessante, muito importante para a sociedade como um todo. Há a capacitação dos intérpretes para a igreja, mas esse conhecimento extrapola as paredes da igreja. A pessoa sai capacitada a conversar em Libras em qualquer ambiente. E tudo é feito de maneira gratuita. O grupo também faz congressos com surdos e intérpretes, com teatro e com música. É um trabalho muito bonito”, salientou a autora do requerimento.
O presidente do colegiado, vereador Isac Félix (PL), afirmou que antes mesmo de o Poder Público pensar em se comunicar com os surdos, as igrejas já faziam esse trabalho. “Eu conheci igrejas que há mais de 20 anos passaram a fazer cursos, traziam convidados para fazer um trabalho com esse público. Até hoje, muitas vezes, em eventos do Poder Público há surdos, mas não há intérpretes. Então, alguém da família, ou um colega que tenha conhecimento, dá essa assessoria”, destacou.
Editais do setor cultural
Ainda durante a reunião, o rapper Pirata fez alguns apontamentos sobre os editais lançados pela Secretaria Municipal de Cultura. “A Secretaria de Cultura coloca um edital na rua como pessoa física. A pessoa ganha o edital como pessoa física, depois a Secretaria de Cultura que deveria auxiliar aquele projeto a ser desenvolvido passa a ser fiscal. Eles não têm que fiscalizar nada, eles têm que ajudar aquele projeto a se desenvolver. Isso é a função da política pública, por isso que tem o fomento do dinheiro público. Eles também começam a cobrar as pessoas que ganharam como pessoa física coisas da pessoa jurídica, e uma pessoa física não está capacitada para ser pessoa jurídica. Isso é um problema”.
Após a fala do rapper Pirata, o presidente da Subcomissão de Juventude afirmou que o colegiado deve pedir, por meio de ofícios e requerimentos, informações ao Executivo. “Podemos deixar algumas datas para chamar os secretários para saber o que evoluiu, o que está parado, o motivo de estar parado. Isso é muito importante”, finalizou Félix.
Também participaram da reunião o vice-presidente do colegiado, vereador Rinaldi Digilio (UNIÃO), e o vereador Jair Tatto (PT). Veja os trabalhos na íntegra no vídeo abaixo: