O projeto nasceu dentro dos muros de uma escola da zona sul, mas logo abriu as portas à comunidade e se tornou um exemplo de educação social por meio da música. Desde 2014, o maestro Guilherme Henrique Acca dos Santos assumiu as baquetas da EMEF Armando de Arruda Pereira para dar uma oportunidade única aos jovens do Jabaquara.
De acordo com o músico voluntário, o projeto atende atualmente cerca de 130 crianças, além de outros 140 alunos, de todas as idades, que moram na região. Lá eles aprendem a tocar vários tipos de instrumentos, principalmente de percussão e sopro. Para ele, a proposta é ir além de ensinar simples notas musicais.
“Esse projeto é importante pelo lado social. É totalmente voluntário e expandido para a comunidade, seja para alunos ou ex-alunos da escola. É um projeto que tira as crianças da rua e dá oportunidade aos jovens carentes”.
O maestro Guilherme recebeu uma homenagem, nesta quarta-feira (25/10), na Câmara Municipal de São Paulo. Ele foi agraciado com o ‘Voto de Júbilo’ do Legislativo paulistano, que reconhece pessoas e instituições que promovem a melhoria da qualidade de vida na cidade.
“Estou até meio bambo. Mas tenho pessoas incríveis ao meu lado, gente que prestigia nosso trabalho, inclusive nas redes sociais. Então esse reconhecimento é muito satisfatório”, disse.
A diretora da escola, Ana Lucia Cersosimo Costa, também fez questão de destacar o viés social do projeto.
“Acho muito importante essa coisa da música na escola porque tira a criança da rua. Eles [alunos] participam e gostam de estar lá dentro. Sentem-se apropriados do espaço público e a família também participa. Com isso toda a comunidade se sente acolhida”.
A estudante Valquiria Braz Severo da Silva, de 13 anos, confirma as palavras de Ana Lucia. A menina tem aula de música quatro vezes por semana, inclusive aos domingos. Depois de aprender a tocar trompete, ela diz que realizou um sonho, e já pensa em ir mais longe.
“Desde muito pequena eu via as bandas por aí e já tinha esse sonho. Para mim, tocar é a melhor coisa que me aconteceu. Porque passei por uma fase muito difícil na minha vida. E isso foi uma forma que encontrei de não estar na rua, por aí, fazendo coisas erradas. Hoje penso em trocar de instrumento, estudar ainda mais, e no futuro viver da música”.
A iniciativa do evento, no auditório Prestes Maia, foi do vereador Ricardo Teixeira (PROS).