Inserção do mercado de trabalho do jovem, empresas de telemarketing, redução da jornada, entre outros temas relacionados a emprego e juventude foram discutidos em debate promovido pela Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente e Juventude da Câmara Municipal de São Paulo. Nesta terça-feira (01/12), a Comissão recebeu o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing e Empregados em Empresas de Telemarketing da Cidade de São Paulo e Grande São Paulo (SINTRATEL), Marco Aurélio Oliveira; o presidente do Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos (SINTELMARK), Stan Braz; o professor Pedro Scuro, da Secretaria Municipal de Trabalho; o professor universitário Raimundo Salles, especialista em Trabalho, Emprego e Renda; e a auditora fiscal da Superintendência Regional do Trabalho –SP, Alice Marzano.
Stan Braz traçou um panorama do setor de call center, contact center e teleatendimento, que emprega muitos jovens, e trouxe dados do perfil da juventude brasileira. “Normalmente, se tem uma ideia que as empresas de call center não usam tecnologia. Usam fortemente. Apesar das empresas estarem gerando mais empregos, as receitas estão caindo. É um setor que gera o primeiro emprego. Qualquer jovem que entra no mercado de trabalho como operador de call center ou vai para a área de suporte técnico ou para a carreira de TI”, sustentou.
São 300 mil jovens que trabalham no setor na cidade. Marco Aurélio Oliveira apresentou reivindicações desse setor e defendeu políticas públicas para a inserção do jovem no mercado de trabalho. “A revista CartaCapital nos classificou como os novos operários. A Lei do SAC fez um ano. R$ 10 milhões em multa principalmente para as empresas de telefonia. Com seis meses, já tem operador de telemarketing com problema de voz. Precisamos de formação para esse trabalhador”, cobrou. Para o presidente da SINTRATEL, o trabalhador da Zona Sul encontra muitas dificuldades para se empregar porque a região não conta com metrô.
O professor Raimundo Salles defendeu a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. “Já no século XIX, Marx alertava que a grande concentração poderia levar ao trabalho perder valor. Keynes também alertou que a concentração não levaria a todos esses recursos serem investidos na geração de empregos. A relação do homem com o trabalho tem evoluído. Domenico de Masi fala que a possibilidade do homem aproveitar o seu tempo no ganho da produção é fundamental para a terceira onda da revolução industrial”, preconiza.
“A principal intenção desse debate é tirar experiências e sugestões para que sejam apresentadas através da Comissão ao Executivo e particularmente ao prefeito Gilberto Kassab em 2010. Uma das principais falhas que São Paulo está tendo com relação à juventude, tendo em vista que o telemarketing é um dos trabalhos que mais emprega, é que não dá para disputar com Estados que trabalham com imposto de 2% e São Paulo com imposto de 2%. Nós estamos perdendo as empresas de telemarketing”, destaca o presidente da Comissão, vereador Netinho de Paula (PCdoB).
Compareceram à reunião os vereadores Netinho; Floriano Pesaro (PSDB); Alfredinho (PT); Senival Moura (PT); Noemi Nonato (PSB); Claudio Prado (PDT); e Sandra Tadeu (DEM).
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